17.11.2013
A velocidade foi considerada boa para navegação. Porém, não condiz com o patamar imaginado pelo usuário
O cronograma estabelecido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) prevê que todas as cidades-sedes e subsedes da Copa do Mundo de 2014 têm até 31 de dezembro deste ano para oferecer cobertura de 50% da área urbana com a tecnologia conhecida como de quarta geração (4G). A partir de maio de 2014, a cobertura será estendida para 80%. Em Fortaleza, as quatro operadoras autorizadas em licitação realizada pela Agência para ofertar o serviço estão cumprindo o prazo determinado: OI (75%), Claro (60%), Vivo (50%) e TIM (50%).
A preocupação, no entanto, é com a qualidade da oferta do serviço. No 3G, por exemplo, apesar da expansão, não há uma cobertura homogênea na cidade. Para comprovar se a velocidade da internet sem fio do 4G condiz com o que é ofertado pelas operadoras, a reportagem solicitou aparelhos para teste. Mas das quatro presentes no Estado, só a Claro aceitou participar do desafio. A operadora disponibilizou um Nokia Lumia 920. Com o aplicativo Speedtest, a reportagem percorreu, na última terça-feira (12), oito pontos turísticos da Capital.
Teste
O ponto onde a tecnologia se mostrou mais eficiente foi na Avenida Beira-Mar, onde o aplicativo registrou velocidade de download (baixar arquivos) de 3,91 Mbps e upload de 14,62 Mbps (envio de dados). A Praia de Iracema foi a que registrou menores índices, com velocidade de download de 1,72 Mbps e upload de 6,71 Mbps. Considerando todos os pontos visitados, a velocidade média de download variou de 0,82 Mbps a 3,91 Mbps, enquanto a de upload de 6,71 Mbps a 14.62 Mbps.
Com a proximidade da Copa do Mundo, as atenções estão voltadas para a Arena Castelão. Na Copa das Confederações, em junho deste ano, foi registrado um "apagão" no jogo entre Brasil e México. Com a rede congestionada, quem tentou utilizar o celular nas proximidades do estádio teve dificuldade. Para obter um resultado o mais aproximado possível dos dias de jogos, a reportagem fez o teste do 4G na última terça-feira (12), durante o duelo entre Ceará e Avaí pela série B do Campeonato Brasileiro, no Castelão. Na ocasião, a velocidade média de download registrada foi 1,06 Mbps, enquanto a de upload 14,54 Mbps.
Os resultados são consideradas suficientes para uma boa navegação. Porém, não condizem com o patamar imaginado pelo consumidor em relação ao 4G. Rodrigo Cavalcanti, coordenador do Grupo de Pesquisa em Telecomunicações Sem Fio (Gtel) da Universidade Federal do Ceará (UFC) comenta que o 4G vem para amenizar uma crise de capacidade já posta, uma vez que o 3G não consegue atender plenamente a demanda.
"Em Fortaleza, alguns usuários do 4G estão experimentando velocidade na faixa de 10 Mbps por segundo, o que é muito boa comparável com a internet fixa que dispomos na Capital. Mas é preciso lembrar que ainda existem poucos usuários, então a rede não está sobrecarregada. Só não sabemos se isso será um resultado definitivo", observa o coordenador da Gtel.
O especialista acrescenta que há uma demanda reprimida muito grande na Capital e o número de assinantes só não é maior, porque as operadoras não têm capacidade de absorver a procura. Por isso sobem o preço, para regular a demanda. "O 4G vem para resolver o que está reprimido, mas novos usos da tecnologia móvel sem fio vão requerer o que está reprimido com uma largura de banda ainda mais ampla que a do 4G", afirma. Conforme o especialista, a perspectiva é de que até 2020 o 5G comece a ser comercializado.
Operadoras
Em nota, a Claro informa que, em setembro deste ano, registrou 1.433 linhas 4G habilitadas em Fortaleza. Já os pontos de transmissão somavam 73. A vantagem sobre outros padrões que concorriam para suceder o 3G no Brasil, esclarece a operadora, é que o 4G pode ganhar pequenas atualizações na rede para alcançar velocidades cada vez mais altas, próximas à banda larga fixa, ao longo do tempo.
A Vivo afirma que está presente em 60 municípios cearenses, com 71,7% da população do Estado coberta. Acrescenta ainda que as redes 3G e 4G têm complementaridade operacional, já que a tecnologia LTE é destinada apenas ao tráfego de dados. Para o tráfego de voz, os aparelhos serão automaticamente comutados para a rede 3G. A OI disse que a rede 4G tem sido gradualmente ampliada e otimizada para atender a demanda de mercado. Em Fortaleza, o serviço 4G da operadora tem cobertura em mais de 75% da área urbana. A TIM informa que até maio de 2014 pretende cobrir 80% da área urbana da Capital.
A preocupação, no entanto, é com a qualidade da oferta do serviço. No 3G, por exemplo, apesar da expansão, não há uma cobertura homogênea na cidade. Para comprovar se a velocidade da internet sem fio do 4G condiz com o que é ofertado pelas operadoras, a reportagem solicitou aparelhos para teste. Mas das quatro presentes no Estado, só a Claro aceitou participar do desafio. A operadora disponibilizou um Nokia Lumia 920. Com o aplicativo Speedtest, a reportagem percorreu, na última terça-feira (12), oito pontos turísticos da Capital.
Teste
O ponto onde a tecnologia se mostrou mais eficiente foi na Avenida Beira-Mar, onde o aplicativo registrou velocidade de download (baixar arquivos) de 3,91 Mbps e upload de 14,62 Mbps (envio de dados). A Praia de Iracema foi a que registrou menores índices, com velocidade de download de 1,72 Mbps e upload de 6,71 Mbps. Considerando todos os pontos visitados, a velocidade média de download variou de 0,82 Mbps a 3,91 Mbps, enquanto a de upload de 6,71 Mbps a 14.62 Mbps.
Com a proximidade da Copa do Mundo, as atenções estão voltadas para a Arena Castelão. Na Copa das Confederações, em junho deste ano, foi registrado um "apagão" no jogo entre Brasil e México. Com a rede congestionada, quem tentou utilizar o celular nas proximidades do estádio teve dificuldade. Para obter um resultado o mais aproximado possível dos dias de jogos, a reportagem fez o teste do 4G na última terça-feira (12), durante o duelo entre Ceará e Avaí pela série B do Campeonato Brasileiro, no Castelão. Na ocasião, a velocidade média de download registrada foi 1,06 Mbps, enquanto a de upload 14,54 Mbps.
Os resultados são consideradas suficientes para uma boa navegação. Porém, não condizem com o patamar imaginado pelo consumidor em relação ao 4G. Rodrigo Cavalcanti, coordenador do Grupo de Pesquisa em Telecomunicações Sem Fio (Gtel) da Universidade Federal do Ceará (UFC) comenta que o 4G vem para amenizar uma crise de capacidade já posta, uma vez que o 3G não consegue atender plenamente a demanda.
"Em Fortaleza, alguns usuários do 4G estão experimentando velocidade na faixa de 10 Mbps por segundo, o que é muito boa comparável com a internet fixa que dispomos na Capital. Mas é preciso lembrar que ainda existem poucos usuários, então a rede não está sobrecarregada. Só não sabemos se isso será um resultado definitivo", observa o coordenador da Gtel.
O especialista acrescenta que há uma demanda reprimida muito grande na Capital e o número de assinantes só não é maior, porque as operadoras não têm capacidade de absorver a procura. Por isso sobem o preço, para regular a demanda. "O 4G vem para resolver o que está reprimido, mas novos usos da tecnologia móvel sem fio vão requerer o que está reprimido com uma largura de banda ainda mais ampla que a do 4G", afirma. Conforme o especialista, a perspectiva é de que até 2020 o 5G comece a ser comercializado.
Operadoras
Em nota, a Claro informa que, em setembro deste ano, registrou 1.433 linhas 4G habilitadas em Fortaleza. Já os pontos de transmissão somavam 73. A vantagem sobre outros padrões que concorriam para suceder o 3G no Brasil, esclarece a operadora, é que o 4G pode ganhar pequenas atualizações na rede para alcançar velocidades cada vez mais altas, próximas à banda larga fixa, ao longo do tempo.
A Vivo afirma que está presente em 60 municípios cearenses, com 71,7% da população do Estado coberta. Acrescenta ainda que as redes 3G e 4G têm complementaridade operacional, já que a tecnologia LTE é destinada apenas ao tráfego de dados. Para o tráfego de voz, os aparelhos serão automaticamente comutados para a rede 3G. A OI disse que a rede 4G tem sido gradualmente ampliada e otimizada para atender a demanda de mercado. Em Fortaleza, o serviço 4G da operadora tem cobertura em mais de 75% da área urbana. A TIM informa que até maio de 2014 pretende cobrir 80% da área urbana da Capital.
LUANA LIMAREPÓRTER
Microantenas irão melhorar a internet móvel
No último dia 4 de novembro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou resolução na qual aprova o regulamento para uso de femtocélulas - equipamento de radiação restrita que operam em baixa potência e podem ser empregadas para a absorção de tráfego onde houver grande demanda, sazonal ou permanente. As femtocélulas também possibilitam melhoria das condições de comunicação em locais de cobertura deficitária, como ambientes confinados e zonas de sombra, e até a comunicação em locais isolados, não abrangidos pela cobertura convencional dos serviços.
Microantenas irão melhorar a internet móvel
No último dia 4 de novembro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou resolução na qual aprova o regulamento para uso de femtocélulas - equipamento de radiação restrita que operam em baixa potência e podem ser empregadas para a absorção de tráfego onde houver grande demanda, sazonal ou permanente. As femtocélulas também possibilitam melhoria das condições de comunicação em locais de cobertura deficitária, como ambientes confinados e zonas de sombra, e até a comunicação em locais isolados, não abrangidos pela cobertura convencional dos serviços.
Em vez das torres altas, em terrenos disponíveis, as femtocélulas podem ser instaladas em espaços fechados, próximo dos usuários Foto: Elisângela Santos
A Anatel explica que as femtocélulas são semelhantes aos pontos de acesso para comunicação sem fio (wifi) e se utilizam de uma rede fixa para produzir uma pequena área de cobertura, cujo tráfego é escoado por meio de uma conexão de dados. Também são capazes de detectar as redes vizinhas e adaptar-se a elas para evitar a deterioração da comunicação dos demais serviços de telecomunicações.
Rodrigo Cavalcanti, coordenador do Grupo de Pesquisa em Telecomunicações Sem Fio (Gtel) comenta que o novo regulamento da Anatel cria a possibilidade de instalar pequenas antenas em locais fechados, a exemplo de prédios, shoppings centers, aeroporto, bem próximo dos usuários. "É tipo um roteador sem fio que fica na parede e vai emitir as ondas de rádio da telefonia celular", explica.
Facilidades
O especialista acrescenta que o regulamento da Anatel traz uma série de facilidades do ponto de vista das taxas de instalação e fiscalização que as operadoras serão isentas, que irão acelerar o processo de instalação dessas antenas onde há problema de congestionamento da rede. Em 2014, afirma que deverá haver implantação em massa dessas pequenas antenas para melhorar o serviço de banda larga móvel nos locais onde o fluxo de pessoas é muito grande. Elas servem para o 3G e o 4G.
A Anatel explica que as femtocélulas são semelhantes aos pontos de acesso para comunicação sem fio (wifi) e se utilizam de uma rede fixa para produzir uma pequena área de cobertura, cujo tráfego é escoado por meio de uma conexão de dados. Também são capazes de detectar as redes vizinhas e adaptar-se a elas para evitar a deterioração da comunicação dos demais serviços de telecomunicações.
Rodrigo Cavalcanti, coordenador do Grupo de Pesquisa em Telecomunicações Sem Fio (Gtel) comenta que o novo regulamento da Anatel cria a possibilidade de instalar pequenas antenas em locais fechados, a exemplo de prédios, shoppings centers, aeroporto, bem próximo dos usuários. "É tipo um roteador sem fio que fica na parede e vai emitir as ondas de rádio da telefonia celular", explica.
Facilidades
O especialista acrescenta que o regulamento da Anatel traz uma série de facilidades do ponto de vista das taxas de instalação e fiscalização que as operadoras serão isentas, que irão acelerar o processo de instalação dessas antenas onde há problema de congestionamento da rede. Em 2014, afirma que deverá haver implantação em massa dessas pequenas antenas para melhorar o serviço de banda larga móvel nos locais onde o fluxo de pessoas é muito grande. Elas servem para o 3G e o 4G.
Novos usos
"Os novos usos da tecnologia móvel sem fio vão requerer uma largura de banda ainda mais ampla que a do 4G"
Rodrigo Cavalcanti
Coordenador do Gtel, da UFC
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Velocidade do 3G no Brasil é em média 1,3 Mbps
Fortaleza como cidade-sede da Copa tem cobertura 4G das quatro operadoras desde abril de 2013. A cobertura de 50% da área urbana até dezembro deste ano é uma meta perseguida por todas. Porém, atrasos devido a investimento e implantação de infraestrutura podem levar a cidade a ter uma situação em que o sinal 4G está presente, mas não tem a capacidade de tráfego adequada para atender perfeitamente os usuários. Ajustes e configurações da rede 4G demandam tempo e engenharia para colocar o tráfego de voz e dados com a qualidade necessária que cada localidade demanda, pois o interesse de tráfego dos usuários é diferente em cada região.
A disponibilidade de duas bandas (2,5 GHz e 450 MHz) traz a possibilidade de um atendimento de melhor qualidade pelo alcance do sinal e taxas de transmissão que podem ser oferecidas. O serviço de internet móvel torna-se cada dia mais valioso, pois nos permite acrescentar comodidade na realização de várias atividades diárias. A cobertura 3G no Ceará apresenta um nível de atendimento expressivo. Porém, como a quantidade de terminais que acessam a rede 3G cresceu rapidamente nos últimos meses, as redes das quatro operadoras apresenta deficiência de velocidade e até de conexão dos usuários.
A velocidade média no 3G no Brasil hoje é de 1,3 Mbps, quando deveria atender com velocidades de 7 a 21 Mbps. As operadoras brasileiras são protegidas pela lei que determina a garantia de apenas 20% da banda contratada e isso é um dos fatores que influem na não homogeneidade de atendimento das redes.
Glaucionor OliveiraChefe do Departamento de Telemática do IFCE
"Os novos usos da tecnologia móvel sem fio vão requerer uma largura de banda ainda mais ampla que a do 4G"
Rodrigo Cavalcanti
Coordenador do Gtel, da UFC
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Velocidade do 3G no Brasil é em média 1,3 Mbps
Fortaleza como cidade-sede da Copa tem cobertura 4G das quatro operadoras desde abril de 2013. A cobertura de 50% da área urbana até dezembro deste ano é uma meta perseguida por todas. Porém, atrasos devido a investimento e implantação de infraestrutura podem levar a cidade a ter uma situação em que o sinal 4G está presente, mas não tem a capacidade de tráfego adequada para atender perfeitamente os usuários. Ajustes e configurações da rede 4G demandam tempo e engenharia para colocar o tráfego de voz e dados com a qualidade necessária que cada localidade demanda, pois o interesse de tráfego dos usuários é diferente em cada região.
A disponibilidade de duas bandas (2,5 GHz e 450 MHz) traz a possibilidade de um atendimento de melhor qualidade pelo alcance do sinal e taxas de transmissão que podem ser oferecidas. O serviço de internet móvel torna-se cada dia mais valioso, pois nos permite acrescentar comodidade na realização de várias atividades diárias. A cobertura 3G no Ceará apresenta um nível de atendimento expressivo. Porém, como a quantidade de terminais que acessam a rede 3G cresceu rapidamente nos últimos meses, as redes das quatro operadoras apresenta deficiência de velocidade e até de conexão dos usuários.
A velocidade média no 3G no Brasil hoje é de 1,3 Mbps, quando deveria atender com velocidades de 7 a 21 Mbps. As operadoras brasileiras são protegidas pela lei que determina a garantia de apenas 20% da banda contratada e isso é um dos fatores que influem na não homogeneidade de atendimento das redes.
Glaucionor OliveiraChefe do Departamento de Telemática do IFCE
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