sábado, 6 de dezembro de 2014

TENSÃO RACIAL Policial branco mata homem negro no Arizona

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
06.12.2014
Vítima, que estava desarmada, foi morta por policial após suspeita de estar vendendo drogas

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Manifestantes voltaram às ruas, na noite de quinta, para protestar contra decisão da Justiça, a qual inocentou o policial que matou outro negro, Eric Garner, de 43 anos, em julho. "I can´t breathe (Não consigo respirar)", dizia a vítima
FOTO: REUTERS
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Washington. Um policial branco matou um homem negro desarmado no Arizona com dois tiros na última terça, em mais um caso similar ao de Michael Brown e Eric Garner, que geraram protestos em todos os Estados Unidos nos últimos dias.
A polícia de Phoenix disse na quinta-feira (5) em um comunicado que um homem negro identificado como Rumain Brisbon, 34, foi detido sob suspeita de estar vendendo drogas.
Segundo o relatório policial, Brisbon tentou fugir durante a abordagem e negou-se a obedecer a várias ordens do policial branco de 30 anos, cujo nome não foi revelado, mas que tem sete anos de experiência. Então, uma briga começou entre os dois homens enquanto o policial tentava prendê-lo.
"Durante a briga, Brisbon colocou sua mão esquerda no bolso e o policial segurou a mão do suspeito, mandando repetidamente que ele mantivesse a mão no bolso", disse a polícia.
O comunicado detalha que o policial acreditou sentir a coronha de uma arma enquanto segurava a mão de Brisbon no bolso.
"O policial não conseguiu manter o controle da mão do suspeito durante a briga. Temendo que Brisbon tivesse uma arma no bolso, o policial atirou duas vezes, ferindo-o no peito".
Brisbon foi declarado morto ainda no local pouco depois da chegada dos bombeiros e dos reforços policiais.
No bolso foi encontrada uma caixa de pílulas de oxicodona, um analgésico potente e viciante, consumido às vezes como droga recreativa.
Já em seu veículo, foi encontrada uma quantia de maconha e uma espingarda semiautomática. O suspeito tinha uma longa ficha criminal por assalto e roubo, de acordo com informações da imprensa local.
Marci Kratter, um advogado de Phoenix que representa a família, disse que "várias testemunhas contradizem a versão da polícia". "É uma tragédia. Não tinha nenhuma arma e não ameaçou ninguém", afirmou.
O novo caso ocorre num momento em que a tensão racial cresce nos EUA pela morte recente de dois homens negros, Michael Brown em Ferguson (Missouri) e Eric Garner em Nova York, mortos por policiais brancos que não foram indiciados.
Tanto o presidente Barack Obama como seu secretário de Justiça, Eric Holder, se pronunciaram publicamente nos últimos dias para deixar claro que o governo está comprometido em melhorar a confiança entre as forças de segurança e as minorias no país.
Manifestações
Pela segunda noite consecutiva, a cidade de Nova York parou em decorrência de protestos contra a decisão de um júri de não indiciar Daniel Pantaleo, policial branco que matou um homem negro por sufocamento durante uma abordagem em julho.
Maiores do que as manifestações na noite de quarta (3), nas quais 83 foram presos, os protestos de quinta (4) reuniram milhares de pessoas em vários pontos da cidade. Cerca de 200 manifestantes foram detidos somente em Nova York.
Ao menos 2.000 pessoas, em sua maioria jovens brancos, negros e pardos, se concentraram em Foley Square, no sul de Manhattan, pedindo "Justiça já" e prometendo fechar a cidade caso suas reivindicações não sejam atendidas.
Muitos carregavam cartazes com a frase "As vidas dos negros são importantes", que virou o lema dos manifestantes após decisão semelhante em Ferguson, Missouri, na semana passada. Também foi possível ouvir por diversas vezes o grito "Nós não conseguimos respirar", em referência às últimas palavras de Eric Garner.

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