12/12/2014 - 10h10
"Na escassez de alimentos da década de 90, os deficientes não recebiam rações de alimentos porque não eram produtivos para a sociedade", afirmou Ji Seong-ho em entrevista
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A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Aliança dos Cidadãos da Coreia do Norte pelos Direitos Humanos já denunciaram a situação
Um desertor do regime autoritário de Kim Jong-un acusa a Coreia do Norte de fazer experimentos químicos e biológicos com deficientes físicos e mentais, além de executá-los.
Ji Seong-ho perdeu a perna na adolescência e hoje escreve um livro que fala sobre a situação dos deficientes do país, que promove uma "limpeza". Ele fugiu do país em 2006, após cruzar a fronteira para pedir comida.
Em entrevista ao jornal "Telegraph", o desertor afirma que quando morava na Coreia do Norte, viu deficientes serem levados de suas famílias. Ele também conta que ouviu de outros desertores que pessoas com nanismo eram levadas a uma localidade isolada na província de Ryanggang.
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"O regime proclama que não há deficientes sob o governo dos Kim, e que 'todo mundo está vivendo bem e em igualdade. Enquanto esta propaganda acontece, crianças deficientes são levadas embora, sofrendo coisas indescritíveis e morrendo", disse Seong-ho.
Segundo informações do "Telegraph", desertores afirmaram saber desde 1984 que pessoas com deficiência eram levadas para um hospital onde eram submetidas a dessecamento de membros e testes com armas biológicas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Aliança dos Cidadãos da Coreia do Norte pelos Direitos Humanos já denunciaram a situação. Um estudo mostra que 40 % dos desertores afirmam acreditar que crianças deficientes eram mortas ou abandonadas, e 43% disseram saber de locais isolados para onde eram mandadas.
"A Coreia do Norte diz respeitar deficientes e até levou atletas para os Jogos Paraolímpicos, mas é tudo fachada. a realidade é horrível. Na escassez de alimentos da década de 90, os deficientes não recebiam rações de alimentos porque não eram produtivos para a sociedade. Algo como 80% deles morreu na época.", afirmou Ji Seong-ho.
Redação O POVO Online
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