sábado, 20 de dezembro de 2014

RECONCILIAÇÃO COM EUA Parlamento cubano ratifica acordo

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
20.12.2014
Os 612 deputados aprovaram, por unanimidade, retomada de diplomacia com Estados Unidos

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Sessão parlamentar foi conduzida pelo presidente Raúl Castro. Os deputados também aprovaram um texto de agradecimento à solidariedade mundial em prol da volta ao país de três agentes cubanos
FOTO: REUTERS
Washington. O presidente cubano, Raúl Castro, conduziu ontem a sessão do Parlamento, que ratificou por unanimidade os acordos de reconciliação com os Estados Unidos
"O parlamento cubano aprovou hoje por unanimidade uma declaração de apoio ao discurso do presidente Raúl Castro em 17 de dezembro sobre as decisões tomadas para iniciar a normalização das relações com os Estados Unidos", afirmou a agência cubana "Prensa Latina" duas horas depois de iniciada a sessão, à qual não teve acesso a imprensa estrangeira.
Os 612 deputados da Assembleia Nacional do Poder Popular, entre os quais não há opositores, aprovaram por unanimidade os acordos diplomáticos anunciados na última quarta-feira. Os parlamentares também aprovaram um texto de agradecimento "à solidariedade mundial em prol da volta ao país dos agentes cubanos" Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero.
Na sessão estavam os cinco agentes cubanos que estavam presos desde 1998 nos EUA por espionagem, três dos quais foram libertados pelo presidente Barack Obama como parte de uma troca com um "espião de origem cubana" de Washington. Os outros dois já haviam cumprido suas sentenças.
As negociações formais que devem levar a uma normalização plena das relações entre Estados Unidos e Cuba começarão em Havana até o final de janeiro de 2015, disse uma fonte de alto escalão do Departamento de Estado americano.
As duas delegações decidiram elevar substancialmente o nível de diálogo de uma reunião que já estava prevista para janeiro e que se concentraria em temas migratórios, informou a subsecretária de Estado para América Latina, Roberta Jacobson.
"Pensamos que poderíamos elevar o nível e usar essas conversas migratórias como uma oportunidade para começar a falar sobre as outras coisas que estão na agenda, em vista dos anúncios da véspera", afirmou Roberta, na sede do Departamento de Estado, em Washington.
"Estamos pensando para o fim de janeiro", acrescentou.
A própria subsecretária vai chefiar a delegação que participará dessa mesa de diálogo, a primeira etapa de uma série de negociações para se chegar à completa normalização das relações diplomáticas bilaterais.
Roberta disse que teve uma reunião com representantes de todos os países latino-americanos, europeus e da Santa Sé, aos quais explicou detalhes das medidas anunciadas pelo presidente Barack Obama.
A subsecretária lembrou que, "de todas as medidas anunciadas pelo presidente, nenhuma entra em vigor imediatamente".
Ontem, Obama expressou a convicção de que "as mudanças chegarão a Cuba", com a adoção em Washington de uma nova política com relação à Ilha, embora tenha destacado que isso não acontecerá rapidamente. "As mudanças chegarão a Cuba. Têm de chegar. (Havana) tem uma economia que não funciona", disse Obama em coletiva de imprensa na Casa Branca.
O presidente americano avaliou que seria "pouco realista que se procure, agora, 'mapear' onde Cuba estará" quando ele terminar seu mandato na Casa.
Essa mudança "poderá acontecer rápido, ou poderá acontecer mais lentamente do que eu gostaria, mas vai acontecer".
O democrata comentou que uma eventual viagem sua a Havana - ou do líder cubano, Raul Castro, a Washington - não está nos planos e que ainda será necessário ver como a relação bilateral se desenvolve. "Não estamos nessa fase ainda", explicou.

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