sábado, 20 de dezembro de 2014

EUA responderão a ciberataque contra Sony, diz Obama

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
20.12.2014
Grupo que estaria ligado à Pyongyang é culpado por invadir computadores e acessar informações do estúdio

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Presidente americano disse que os hackers ligados ao regime de Kim Jong-un "causaram muito dano" ao atacarem a produtora e distribuidora
FOTO: REUTERS
Washington. O presidente norte-americano Barack Obama disse ontem que os hackers ligados à Coreia do Norte "causaram muito dano" ao atacarem a produtora e distribuidora cinematográfica Sony Pictures por causa do filme "A entrevista".
"Vamos responder", declarou em sua entrevista coletiva de fim de ano. Ele acrescentou ainda que não há indícios de que a Pyongyang tem tido a cooperação de outros países para fazer o ataque. A Sony Pictures cancelou o lançamento do filme "A entrevista", paródia sobre o regime totalitário da Coreia do Norte, que entraria em cartaz dia 25 de dezembro nos EUA e, no dia 29 de janeiro, no Brasil.
O filme conta a história de dois jornalistas que participam de uma conspiração para matar o ditador, Kim Jong-un.
Obama disse que preferia que a empresa o tivesse consultado antes de anunciar o cancelamento, decisão que foi tomada após redes de cinema americanos se recusarem a exibir a comédia por medo de ameaças feitas por um grupo de hackers, chamado The Guardians of Peace (GOP).
De acordo com serviços de inteligência norte-americanos, o GOP está ligado a Pyongyang e é culpado por invadir os computadores da Sony e acessar informações confidenciais, incluindo conversas de diretores da empresa com atores.
O anúncio foi feito pelo FBI (polícia federal dos EUA), que identificou similaridades em ataques cibernéticos realizados anteriormente por norte-coreanos e o que atingiu os sistemas do estúdio. Após realizar análise técnica dos dados apagados do malware usado no ataque, a polícia federal norte-americana informou ter localizado vestígios no programa que o ligam aos norte-coreanos.
"As ações norte-coreanas tiveram a intenção de infligir danos significativos nos negócios americanos e suprimir o direito dos cidadãos americanos de se expressar. Tais ações de intimidação ficam fora do que é aceitável no comportamento de um Estado", afirmou a declaração.
Para Obama, a Sony Pictures "cometeu um erro" ao cancelar o lançamento do filme. "Entendo as preocupações com as quais estão confrontados. Tendo dito isto, sim, acho que cometeram um erro", disse Obama durante coletiva de imprensa.
"Não podemos ter uma sociedade em que algum ditador em algum lugar comece a impor censura aqui nos Estados Unidos", prosseguiu o presidente.
Negação e 'elogio'
A missão da Coreia do Norte na ONU negou, ontem, estar por trás dos ciberataques. "Nosso país não tem vínculo com estes hackers", disse o conselheiro político do país nas Nações Unidas, Kim Song.
Já os hackers que fizeram o ataque cibernético elogiaram a decisão da empresa de cancelar o lançamento e disseram que os dados da companhia ficarão seguros se a decisão for mantida, informou a emissora de televisão norte-americana CNN, ontem, citando a mensagem.
"É muito sábio da parte de vocês que tenham tomado a decisão de cancelar o lançamento de 'A Entrevista'", disse a mensagem, segundo a CNN.
"Nós garantimos a segurança dos seus dados, a menos que vocês criem problemas adicionais", acrescentaram.
Ciberexército
Hackers têm meta futura de atingir inimigos
O ataque de hackers contra a Sony Pictures pode ter sido apenas uma aula prática para a elite do exército cibernético da Coreia do Norte, parte de uma meta de longo prazo para ser capaz de afetar sistemas de telecomunicações e de rede elétrica de países rivais. Capacidades não convencionais como guerra cibernética e tecnologia nuclear são as armas de escolha para que a empobrecida Coreia do Norte se equipare a seus inimigos, disseram dissidentes. Obcecada por temores de que será atacada pela Coreia do Sul e pelos EUA, Pyongyang tem trabalhado há anos na capacidade de interromper ou destruir sistemas de computadores que controlem serviços públicos vitais como telecomunicações e eletricidade, de acordo com um dissidente.

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