13.12.2014
O governador disse que não se sente porta-voz do PROS e não se acha legitimado para falar sobre indicações
O governador Cid Gomes afirmou ontem ao Diário do Nordeste que sua prioridade de destino, após deixar o comando do Executivo estadual, continua sendo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Cotado para o Ministério da Educação, ele diz que, nos últimos 20 dias, não conversou com nenhum representante do Governo Federal nem com a presidência do seu partido, o PROS, sobre o assunto, porque não tem interesse. Na terça-feira, Cid vai a Brasília tratar de assuntos de governo.
"Estou trabalhando objetivamente para a minha ida aos Estados Unidos há dois anos (...) Estou acertando os detalhes", destacou. As declarações foram concedidas ontem à noite, após a última reunião de Monitoramento de Ações e Programas Prioritários (MAPP) da atual gestão. "Não tenho interesse nenhum, nunca tive interesse (...) Quem trata das demandas do PROS é o presidente do partido", alegou.
Segundo o governador do Estado, o irmão mais velho e secretário da Saúde, Ciro Gomes, também não deseja o comando de nenhum ministério. "O Ciro estava na Itália. Se for convidado, vai agradecer muito, pedir mil desculpas, mas não deseja participar, como já não desejou em outras oportunidades", apontou. Ciro Gomes chegou ontem à noite da Itália, onde estava acompanhando a mãe, que passou por problemas de saúde.
O chefe do Executivo cearense diz não se sentir à vontade para discutir indicações do partido para o Governo Federal por não ser o presidente da agremiação. Acrescentou que não recebeu convite formal para assumir nenhuma pasta no Palácio da Abolição e que seria deselegante ao comentar especulações.
Governabilidade
Cid rechaçou ainda a troca de favores entre partidos e Executivo. Ele negou ser uma cota do PROS e destacou que tem aconselhado a presidente Dilma Rousseff a mudar a relação com as siglas aliadas. "Tenho defendido que ela procure estabelecer uma relação diferente com o Congresso Nacional", ressaltou.
"Eu jamais participaria do governo da Dilma ou de outro governo como representante de um partido, como cota partidária. Se ela dissesse 'Cid, eu quero que você venha para cá representar o PROS', eu diria: presidenta, me perdoe, não me sinto autorizado para representar o PROS", complementou.
Cid Gomes informa que já se reuniu com o presidente nacional do PROS, Eurípedes Júnior, mas para discutir a criação de uma frente no Congresso Nacional para apoiar a presidente Dilma. "Ele (presidente nacional) nunca me perguntou (se Cid quer ser indicado para um ministério). Tive com ele defendendo a tese de criar uma frente de esquerda para dar apoio programático a presidente", salientou.
O governador cearense destaca que só tocará no assunto da composição do governo caso seja procurado por Dilma Rousseff, o que ele garante ainda não ter ocorrido. Cid fez inúmeras críticas a notícias divulgadas nacionalmente de que ele estaria pleiteando dois ministérios para o PROS e interferindo nos nomes que o partido vai indicar.
Tomara que assuma um ministério no Alaska! E vitalício!
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