sábado, 4 de janeiro de 2014

SUCESSÃO ESTADUAL Cid descarta prefeito e diz que lista é ´torcida´

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
04.01.2014
Apesar da sinalização de candidatura de Eunício Oliveira ao Governo, Cid está ´disciplinado´ a falar de eleição só em abril

O governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), minimizou, na tarde de ontem, em entrevista ao Diário do Nordeste, as declarações do presidente nacional do PROS, Eurípedes Júnior, de que o partido irá indicar o candidato a sucessão do chefe do Executivo Estadual nas eleições de outubro deste ano. Cid diz nunca ter apresentado uma lista oficial com potenciais candidatos ao dirigente, mas não negou a possibilidade de quatro dos cinco nomes citados pelo dirigente concorrerem ao cargo, tendo descartado apenas uma eventual candidatura do prefeito Roberto Cláudio.

Cid Gomes evitou detalhar temas relacionados à eleição deste ano, mas garantiu que Roberto Cláudio está descartado para disputar o Governo Foto: Beatriz Bley
Como publicado na edição de ontem do Diário do Nordeste, Eurípedes admitiu que o PROS vai indicar o candidato à sucessão de Cid Gomes. Segundo ele, a candidatura no Estado já integra o projeto nacional da legenda de ter cinco candidatos a governador no País. O dirigente alega que o próprio governador apresentou uma lista com potenciais candidatos, na qual, além do prefeito, estaria o presidente da Assembleia Legislativa, José Albuquerque; o ex-ministro dos Portos, Leônidas Cristino; o deputado estadual Mauro Filho; e o vice-governador Domingos Filho.

"Entendo como uma torcida natural de um presidente de um partido que queira que seu partido tenha candidatos. Acho que essa declaração dele foi um misto de informações e de especulações da imprensa", comentou o chefe do Executivo Estadual, dizendo que ainda não teve uma conversa formal com o presidente nacional do PROS para tratar do assunto. Apesar de negar que tenha apresentado a lista, Cid afirma que "desses nomes, um é descartado, que é o prefeito de Fortaleza", "porque ele tem que ser prefeito de Fortaleza".
Disciplinado

O governador voltou a dizer que está "disciplinado" a discutir a sucessão eleitoral somente a partir de abril ou maio deste ano e reafirmou que a prioridade é manter a aliança com todos os partidos da base aliada, entre eles o PMBD do senador Eunício Oliveira. "O fundamental é manter a aliança. Por último vamos começar a ver nomes. E todos os partidos da base aliada podem apresentar seus nomes", disse.

Embora já se anuncie e seja anunciado como pré-candidato ao Governo do Estado, assim como Cid Gomes, Eunício Oliveira também tem adotado discurso de que só discutirá aliança com Cid a partir de abril deste ano. Porém, em entrevista à imprensa, o peemedebista tem declarado, reiteradas vezes, querer apoio do chefe do Executivo Estadual para sua candidatura, mas, caso não consiga, "cada um seguirá o seu caminho", cabendo aos eleitores decidirem.

Sobre as declarações do presidente nacional do PROS de que o secretário da Saúde, Ciro Gomes, teria negado convite do dirigente para assumir algum ministério do Governo Dilma Rousseff, Cid Gomes garantiu que, até ontem, não houve nenhum convite formal da presidente para ele ou o irmão assumirem alguma Pasta. De acordo com Eurípedes Júnior, Ciro teria negado convite feito pelo dirigente para assumir a vaga que será ocupada pelo PROS no Governo Federal, sob a alegação que participará ativamente da campanha para sucessão do irmão no Estado.

Desrespeito

"Quem convida para o Ministério é a presidente da República, não é o presidente de partido. Não houve, por parte dela (Dilma), nenhum convite para assumir qualquer Ministério", garantiu o governador, dizendo ser pessoalmente contra a ida do irmão para um Ministério. "Acho que o Ciro faria muita falta aqui no Ceará", disse. "No dia que houver (um convite), pode ter certeza que nós devemos ter a discrição e delicadeza de negar para a presidenta, sem dar a divulgação para isso. É indelicado ficar noticiando que negou. Isso é um desrespeito", alfinetou.

Na entrevista, Cid comentou a repercussão nacional que teve a presença dele em Itapipoca, onde passou cerca de cinco dias ajudando nos reparos da adutora rompida. O governador rechaçou que tenha tomado tal atitude em busca de popularidade, afirmando que a intenção foi motivar o trabalho dos operários da obra. "Eu gosto de acompanhar as obras, todo mundo sabe disso. Mas não é todo dia que você vê um governador dando um mergulho para fechar uma válvula. É um cena inusitada, por isso a repercussão", declara.

Presidente da AL é aposta de aliados

Deputados cearenses não mostraram surpresa no anúncio feito pelo presidente nacional do PROS, Eurípedes Júnior, de que cinco nomes estariam postos para a sucessão de Cid Gomes no comando do Governo do Estado. Demonstrando mais interesse em uma candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, José Albuquerque (PROS), os parlamentares ouvidos pelo Diário do Nordeste incluíram na lista o nome da secretária estadual da Educação, Izolda Cela.

Para Manoel Duca (PROS), o nome de sua preferência é o do vice-governador Domingos Filho, que já foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa. Ele também defende o nome de José Albuquerque, apontando o conhecimento político do parlamentar.

Lula Morais (PCdoB) afirmou não ter se surpreendido com a lista apresentada por Eurípedes, afirmando ainda que o presidente nacional do PROS não tem conhecimento amplo da política local do Ceará. Ele afirmou também que Izolda Cela é um nome que faz falta na lista. "Nós não temos predileção alguma, porque quem vai conduzir isso é o governador", afirmou.

Já Dedé Teixeira (PT) afirmou que existe uma aliança formada entre PT e PROS, e que o Partido dos Trabalhadores irá apoiar qualquer nome indicado pelo governador Cid Gomes para garantir um apoio ao PT para o Senado Federal. "A escolha vai ser do governador, e nós vamos indicar o senador", ressaltou.

O oposicionista Heitor Férrer (PDT) diz que a escolha do governador ficará entre Leônidas Cristino, José Albuquerque e Izolda Cela. "Tirar o Roberto Cláudio para uma disputa é um desgaste desnecessário". E acrescenta: "Está muito claro que a conversa que o Eunício queria ter com ele para ver se iria ser apoiado por Cid não vai mais acontecer". 

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