Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
14.07.2013
Quem ainda fala em Plebiscito sobre a Reforma Política, ainda em 2013, agride a consciência do eleitor
A falácia, a desfaçatez, a avidez por tirar proveito de situações, dos momentos, da boa fé das pessoas, são algumas das causas do menosprezo dispensado pela população a muitos dos políticos da atualidade. Incontidos, até mesmo em instantes como o atual, quando se conhece a irresignação de uma parte da população, eles repetem todas as práticas, tentando acobertá-las com discursos e algumas ações simuladoras de moralidade.
Ministra Cármen Lúcia sepultou a ideia de Plebiscito sobre a Reforma, no dia 2 de junho FOTO: JOSE LEOMAR
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, ao responder a consulta feita pela chefe da Nação, Dilma Rousseff, sobre a possibilidade de realização de Plebiscito para sustentar uma Reforma Política, para vigir já a partir do pleito do próximo ano, foi explícita na definição do prazo mínimo de 70 dias, a partir da convocação da consulta popular pelo Congresso Nacional, enfatizando mais só proceder tal certame se suas regras fossem realmente para valer em 2014.
Houvesse seriedade de propósitos em relação à questão do Plebiscito, só o fato de o TSE estabelecer o tempo limite para sua realização, reconhecendo a impossibilidade de, fora desse tempo ficar inviável, ao seu final, elaborarem-se as leis necessárias ao cumprimento da decisão popular - toda alteração na legislação eleitoral só terá validade se for elaborada um ano antes da eleição -, teria sido o suficiente para não se cuidar mais do tema, pensando em 2014.
Mas, o TSE não foi explícito apenas em relação ao tempo necessário para a preparação do Plebiscito. Ele foi peremptório, ao registrar na Ata do encontro com os presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais, no dia 2 de julho passado, que só faria a consulta se o seu resultado valesse para a eleição do próximo ano.
No campo estadual, sem o real interesse de terem consultas populares sobre obras como o Acquário e a Ponte Estaiada, do Governo estadual, os deputados Heitor Férrer e Eliane Novais apressaram-se em publicizar projetos ineptos, de Decreto Legislativo, reclamando plebiscitos. Como o real interesse era o de apenas "jogar para a plateia", deixaram de cumprir os requisitos mínimos exigidos pela legislação para a tramitação das referidas proposições.
Repulsa
Não nos passa a ideia de eles, como legisladores, ignorarem os diplomas legais feitos e, por equívoco, sujeitarem-se a tal ridicularização.
Quem é respeitado, respeita. O brasileiro tem dado demonstração de intolerância ao comportamento daqueles que se ofereceram para representá-lo, tanto nos governos quanto nas oposições. A insensibilidade de parte dos políticos não o faz perceberem essa reação espontânea dos vários segmentos sociais. Isso, sem dúvida, tem motivado a ampliação dessa repulsa, prejudicando, consideravelmente, aos diferentes, aqueles dotados do verdadeiro espírito público e da reconhecida honradez, algumas das qualidades que deveriam ser inerentes a todos.
A oposição precisa ser séria, vigorosa, consciente. Fora desse campo, antes de ser considerada verdadeira representante do povo, não passará de aproveitadora, vendedora de ilusões e manipuladora de pessoas. É importante se questionar a construção do Acquário. Reclamar todas as informações sobre a obra e os resultados que dela advirão é função, não só da oposição. Os governos erram muito. E não só por errarem, precisam ser contidos.
EDISON SILVA
EDITOR DE POLÍTICA
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