21.03.2015
Justiça determinou que espólio da família Von Richthofen seja entregue a Andreas, irmão da presidiária
São Paulo. A Justiça de São Paulo decidiu, neste mês, que Suzane von Richthofen será excluída da herança dos pais, Marísia e Manfred von Richthofen. Os bens do casal foram avaliados em torno de R$ 3 milhões em 2002, ano em que foram assassinados.
Na sentença, Suzane foi excluída por ter sido considerada "indigna" de receber os bens. No último dia 12, o juiz José Ernesto de Souza Bittencourt Rodrigues, da 1ª Vara da Família e Sucessões, confirmou a decisão, que só veio a público na quinta (19).
"Uma vez transitada em julgado a sentença deste juízo que determinou a exclusão, por indignidade, da herdeira Suzane Louise von Richthofen, relativamente ao bens deixados por seus pais, ora inventariados, defiro o pedido de adjudicação formulado pelo único herdeiro remanescente, Andreas Albert von Richthofen", escreveu o juiz.
Procurada pela reportagem, a advogada de Andreas não quis se manifestar.
Suzane recebeu condenação de 39 anos e 6 meses de prisão por ter planejado a morte dos pais, junto com os irmãos Daniel e Christian Cravinhos, que atualmente cumprem pena em regime semiaberto.
No ano passado, ela já havia aberto mão da disputa pela partilha da herança dos pais em comunicado enviado à Justiça. O documento em que expressa o desejo de não mais querer parte dos bens foi divulgado pelo programa "Fantástico", da Rede Globo.
O processo de inventário e partilha corre na Justiça desde dezembro de 2002, dois meses após o assassinato do casal. O interesse financeiro sobre os bens da família foi apresentado pela acusação no julgamento como motivo para Suzane agir para matar os seus pais.
Em entrevista recente ao apresentador Gugu, da Record, a presidiária disse não ter consciência do valor do dinheiro do qual abriu mão. "Este dinheiro nunca foi meu. Era dos meus pais e hoje pertence ao meu irmão", afirmou a ex-estudante de Direito.
Suzane disse que não vê Andreas desde 2006, quando aconteceu o julgamento. Segundo ela, o irmão chegou a visitá-la quando estava presa na capital, mas depois não apareceu mais. A presidiária acredita que um dos motivos do afastamento pode ter sido a herança, da qual abriu mão em 2014.
De acordo com ela, Andreas não queria se afastar da irmã após a confissão do crime: "Na época, ele me disse: 'Su, eu perdi meu pai, minha mãe. Eu não quero perder minha irmã. Eu te perdoo e vou ficar com você'", disse.
"Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro (no presídio de Tremembé, onde está há sete anos), imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele terá que carregar isto pra sempre", afirmou.
Pela primeira vez, ela afirmou que o crime foi planejado por meses e que arquitetou o assassinato dos pais junto com o ex-namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Christian. A ex-estudante declarou, ainda, terem sido ela e Daniel os principais mentores dos assassinatos.
Em entrevistas anteriores, Suzane havia apontado os irmãos Cravinhos como idealizadores da morte dos seus pais, embora o Ministério Público sempre tenha defendido que ela era a mentora do crime.
Mudança de regime
Em agosto de 2014, após cumprir mais de 12 anos em regime fechado, a Justiça concedeu progressão do regime à ex-estudante de direito para o semiaberto, onde poderia deixar o presídio durante o dia para trabalhar. Ela recusou por alegar falta de segurança. A juíza, na época, revogou a concessão do benefício e decidiu mantê-la na Penitenciária de Tremembé.
Segundo a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, Suzane não quer ir agora para o semiaberto pois teria que ser transferida da penitenciária de Tremembé, onde está. Na decisão, a juíza diz que a ida ao semiaberto é um benefício, e não pode ser imposta.
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