07/03/2015
Nimrud, fundada em 1250 a. C., foi capital da Assíria. O Conselho de Segurança pode tratar da questão
HUBERT DEBBASCH/AFP
Foto de 2013 mostra vista parcial de estátua antiga datada do civilização assíria, no sítio arqueológico de Nimrud
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) classificou de ”crime de guerra” a destruição da cidade assíria de Nimrud, no Iraque, por integrantes da milícia radical Estado Islâmico (EI). As primeiras imagens da devastação do patrimônio histórico foram exibidas na quinta-feira. Os extremistas muçulmanos usaram escavadeiras e tratores para destruir as ruínas da cidade, que foi fundada no século XIII a. C.
Num comunicado em Paris, a diretora da Unesco, Irina Bokova, fez um apelo aos dirigentes políticos e religiosos da região para evitarem a destruição, a qual qualificou como um ato de barbárie, e à comunidade internacional para conter os extremistas.
“A limpeza cultural de que é objeto o Iraque não para diante de nada nem de ninguém: tem como objetivo a vida humana e as minorias”, destacou. A diretora da Unesco informou também ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao procurador-geral do Tribunal Penal Internacional sobre o tema.
Indignação no Iraque
Segundo a presidente do Comitê de Turismo e Antiguidades da província de Ninawa, no Iraque Balkis Taha, mais de 50% das ruínas assírias de Nimrud foram destruídas pelo Islâmico. Taha declarou que a maior preocupação das autoridades é com o destino de duas estátuas de touro alados, datadas do século XIII a .C.
Na quinta-feira, o Governo do Iraque pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança sobre o caso. Na opinião de arqueólogos, o caso de Nimrud é comparado à destruição dos Budas de Bamiyan, no Afeganistão, pelo movimento Talibã, em 2001.
Para os especialistas, será difícil quantificar os prejuízos, porque muitas peças de valor inestimável foram destruídas, incluindo artefatos de Hatra, cidade no Norte do Iraque, tendo colunas de mais de dois mil anos. O EI considera a manutenção de qualquer resquício das civilizações anteriores ao nascimento de Maomé e de outras religiões como uma forma de idolatria e consideram hereges os muçulmanos xiitas.
Nimrud, a 30 quilômetros de Mossul, foi fundada por volta de 1250 a. C. Quatro séculos mais tarde, tornou-se a capital do novo Império Assírio, na época, o Estado mais poderoso da terra, que se estendia até o atual território do Egito, Turquia e Irã.
Muitos de seus mais famosos monumentos sobreviventes foram removidos do local há anos por arqueólogos, incluindo colossais touros alados, agora no Museu Britânico, em Londres, e centenas de pedras preciosas e moedas de ouro levados para Bagdá. (da Folhapress)
Bem, só podemos definir tais atos contra a história do mundo como barbárie. Revoltante.
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