08.03.2015
Nova York. Doenças transmitidas pela água poluída e pelo saneamento ruim representam a quinta maior causa de mortes de mulheres em todo mundo, matando mais que a Aids, a diabetes ou a câncer de mama, revelaram pesquisadores.
Quase 800 mil mulheres morrem todos os anos por falta de acesso a banheiros seguros e água limpa, de acordo com a organização desenvolvimentista WaterAid, que analisou dados do Instituto de Métricas da Saúde, centro de estudos sediado na cidade norte-americana de Seattle. “Esta situação completamente inaceitável afeta a educação, a saúde, a dignidade de mulheres e meninas e, em última instância, resulta em mortes precoces e desnecessárias”, disse a diretora-executiva da WaterAid, Barbara Frost, em comunicado.
As únicas doenças mais mortíferas para as mulheres do que a falta de saneamento de qualidade são doenças cardíacas, derrames, infecções das vias respiratórias inferiores e doenças pulmonares obstrutivas crônicas, de acordo com o relatório.
Mais de um bilhão de mulheres, ou uma em cada três em todo o mundo, não têm acesso a um toalete seguro e particular, e 370 milhões –uma em dez– não contam com água limpa, segundo a WaterAid. Mais de dois bilhões de pessoas passaram a ter acesso à água limpa entre 1990 e 2012, mas quase 750 milhões continuam sem recurso ao que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu ser um direito humano.
Exposição a infecções
A água poluída e o saneamento ruim estão na raiz de problemas como a mortalidade materna e infantil e a violência sexual.
Muitas mulheres em países em desenvolvimento dão à luz em casa, sem acesso à água limpa, expondo-se e aos seus bebês a infecções. Sem banheiros seguros, mulheres, muitas vezes, têm que se aventurar ao ar livre para fazer suas necessidades.
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