Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
19.03.2013
Objetivo, segundo o candidato e presidente interino da Venezuela, é desestabilizar o país às vésperas das eleições
Caracas O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou ontem o governo dos EUA de conspirar para assassinar o opositor Henrique Capriles com o objetivo de desestabilizar o país antes das eleições presidenciais de 14 de abril, na qual ambos concorrem à vaga de sucessor de Hugo Chávez.
Maduro também chegou a acusar ex-funcionários do governo de George W. Bush de terem um plano para desestabilizar o país Foto: Reuters
Em uma entrevista transmitida pela televisão, Maduro pediu ao presidente norte-americano, Barack Obama que suspenda o suposto complô do Pentágono e da Agência Central de Inteligência(CIA, na sigla em inglês).
Segundo ele, o plano seria assassinar seu rival e colocar a culpa no governo da Venezuela, "enchendo os venezuelanos de ódio" durante a sucessão de Chávez, morto no último dia 5 depois de travar uma batalha de dois anos contra o câncer.
Outros complôs
Há uma semana, Maduro acusou os ex-funcionários do governo de George W. Bush, Roger Noriega e Otto Reich, de terem um plano para desestabilizar o país, mas sem detalhar a denúncia. "Eu digo ao presidente Obama: Roger Noriega, Otto Reich, funcionários do Pentágono e da CIA, estão por trás de um plano para assassinar o candidato presidencial de direita (Capriles) e criar o caos", afirmou Maduro, sem revelar outras informações sobre a alegada conspiração.
Ele apenas disse que a informação veio de uma fonte confiável. As acusações foram negadas pelos EUA.
"Nós rejeitamos categoricamente as alegações de envolvimento do governo norte-americano em qualquer tipo de complô para fazer mal a alguém na Venezuela", afirmou o Departamento de Estado dos EUA.
´Maduro é culpado´
Durante comícios de campanha no fim de semana, Capriles disse que se algo acontecer a ele, Maduro será o culpado.
No começo da semana passada, a coalizão dos partidos de oposição da Venezuela informou que Capriles recebeu ameaças de agressão antes de formalizar sua candidatura à Presidência do país. Em razão disso, Capriles enviou um representante em seu lugar ao Conselho Nacional Eleitoral para realizar sua inscrição na eleição.
"Nicolás, sei que você está me observando. Escute, vou destruir você com votos", disse o candidato da oposição.
Pesquisa eleitoral
Maduro, no entanto, lidera com mais de dez pontos de vantagem duas pesquisas recentes de intenção de voto que foram feitas antes da morte de Chávez. Ele tem uma vantagem de 14,4 pontos sobre Capriles na Venezuela, segundo, revelou ontem o banco Barclays, citando a pesquisa de um instituto de prestígio.
O afilhado de Chávez possui a preferência de 49,2% dos eleitores pesquisados, frente a 34,8% do candidato opositor.
Petróleo nas eleições
O candidato da oposição afirmou ontem que está disposto a deixar de entregar petróleo a Cuba, o que colocaria fim a um dos pactos mais defendidos pelo falecido Hugo Chávez. "Os presentes a outros países vão acabar. Não vai mais sair nenhuma só gota de petróleo para financiar o governo dos (irmãos) Castro", disse Capriles. Ele advertiu que, se eleito, também fechará a torneira que abastece com petróleo outros países aliados da Venezuela com condições vantajosas para os compradores.
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