"O natal já foi uma festa, um profundo gesto de amor. Hoje, é um orçamento."
A frase acima foi escrita por Nelson Rodrigues algumas décadas atrás. Mas quando a lemos, não parece que foi escrita hoje?
Essa festa, essa confraternização entre irmãos, parentes, amigos, cedeu lugar para o individualismo e o consumismo. As pessoas apenas pensam no que vão ganhar, não no que podem doar.
O amor e a solidariedade deram lugar ao egoísmo, cada um só pensa em si. O outro só é interessante se existir interesse (financeiro) primeiro.
O natal passou a ser medido a partir do investimento feito para sua realização. Quanto mais caro, mais o indivíduo pode gabar-se e sentir-se mais "importante".
Os meios de comunicação levam a todos uma mensagem de natal em que os presentes - personificados na entrega feita pelo Papai Noel - são o ápice do dia 25 de dezembro. Quem não é presenteado, não conhece o "verdadeiro espírito natalino".
Bem, se você, assim como eu, enxerga além do que a mídia propõe para o natal, que lembremos da mensagem do aniversariante (que é quase esquecido por todos), independente da sua opção religiosa: vamos amar, perdoar, pedir perdão, viver somente com o necessário, tentar a justiça e a bondade. É mais fácil do que parece, mais difícil do que imaginamos. Poucos conseguiram. Mas eles começaram em algum momento de suas vidas. Vamos começar?
NIVARDO FERREIRA
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