segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SEGURANÇA PÚBLICA Desafio de Servilho é reduzir crimes

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
16.09.2013
Assaltos e assassinatos assustam a população, e a PM enfrenta o déficit de efetivo para conter a ação dos criminosos
Até o fim da semana, o novo secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Estado, delegado federal Servilho Silva Paiva, deverá anunciar as mudanças que fará nos principais setores da Pasta, especialmente nas unidades operacionais que atuam diretamente no enfrentamento à criminalidade.

O novo secretário da Segurança Pública já avisou que fará mudanças no programa Ronda do Quarteirão. Não disse ainda quais serão as alterações, mas terá que sanar também a deficiência de contingente nas companhias do POG FOTO: KIKO SILVA

As polícias Civil e Militar serão as mais atingidas com as reformulações e, especialmente, o programa Ronda do Quarteirão, conforme o próprio secretário já revelou de público.

Áreas

Hoje, o Ronda do Quarteirão está operando em todos os 116 bairros da Capital, na Região Metropolitana de Fortaleza e diversos Municípios do Interior. No entanto, segundo Servilho Paiva, serão feitas mudanças como a redistribuição das áreas operacionais e estreitada a ligação do trabalho das patrulhas com as delegacias da Polícia Civil.

A maior dificuldade da Polícia Militar no enfrentamento ao crime em Fortaleza diz respeito ao déficit de efetivo nas companhias do 5º, 6º, 8º e 16º batalhões, que são os responsáveis pelo Policiamento Ostensivo Geral (POG), isto é, têm a função de realizar o patrulhamento ordinário das ruas, avenidas, conjuntos residenciais e favelas de dezenas de bairros. O número insuficiente de policiais militares se alia também à quantidade de viaturas disponíveis.

O caso, por exemplo, da 3ª Companhia do 5º BPM, que cobre, no total, cerca de 20 bairros da zona Oeste da Capital, e dispõe, atualmente, de apenas seis viaturas (Hilux). Além das deficiências, as companhias são responsáveis por uma grande quantidade de bairros e não conseguem, sozinhas, executar o patrulhamento com eficiência.

Um exemplo disso é o 8º BPM, cuja área operacional começa na Praia de Iracema e se estende até o Caça e Pesca, passando pelos seguintes bairros, Meireles, Aldeota, Papicu, Cidade 2000, Mucuripe, Praia do Futuro I, Praia do Futuro II, Serviluz, Castelo Encantado, Dunas, Vicente Pinzón, Lurdes, além de boa parte da extensão da Via Expressa.

Para conter a criminalidade nas áreas das companhias, o Comando de Policiamento da Capital (CPC) conta com o apoio das chamadas ´forças especiais´ da PM, o Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), através do Comando Tático Motorizado (Cotam) e do Canil; a Cavalaria, Pelotão de Motopatrulhas do 5º BPM, e o Batalhão de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio).

Em cada um das companhias há uma patrulha da Força Tática de Apoio (FTA), que socorre as demais viaturas em casos de ocorrências graves, como assaltos, cercos e tiroteios. Ainda assim, esse reforço tem sido insuficiente para conter a ação do tráfico de drogas e dos matadores à serviço das quadrilhas.

Diante dessa deficiências de efetivo, as companhias ainda são ajudadas pelos seus Serviços Reservados, que mapeiam as áreas críticas de cada comunidade e fazem o levantamento da ação de criminosos.

Ainda assim, bandidos armados desafiam as autoridades. No Pirambu, por exemplo, ocorrem diariamente tiroteios de criminosos pertencentes à gangues do tráfico com as patrulhas do Ronda do Quarteirão, do Bptur e da própria 3ª Cia/5ºBPM, na conhecida Praça do Abel. Ali, os bandidos contam com o silêncio dos moradores e levam vantagem devido ao terreno acidentado próximo ao mar e as muitas vielas.

Na área coberta pelo 16º Batalhão, na Grande Messejana, a criminalidade preocupa em diversos setores, especialmente no bairro Alagadiço Novo onde está fixada a comunidade do Conjunto São Miguel. Os homicídios e tiroteios viraram rotina.

Na área coberta pela 1ªCompanhia do 5ºBPM, além de ter que policiar toda a Malha Central de Fortaleza, as patrulhas também são responsáveis pelo policiamento de dezenas de bairros como Benfica, Fátima, Gentilândia, Dionísio Torres, Pio XII, Tauape, Planalto Rodoviário e o Lagamar. Neste último, os assaltos e homicídios estão sempre em alta devido a atuação de traficantes.
As mortes violentas provocadas pela disputa entre traficantes, gangues e quadrilhas desafiam as autoridades. Diversos bairros da Capital apresentam maiores índices de homicídios, como o Jangurussu e o Passaré FOTO: FABIANE DE PAULA

Números

Com todo o mapeamento do crime nas mãos, caberá ao novo secretário encontrar saídas para a redução das altas taxas de roubos (assaltos) e homicídios na Grande Fortaleza. Para se ter uma ideia do grau da violência armada em Fortaleza, basta verificar os números dos delitos.

Somente no mês passado, nada menos, que 148 pessoas foram executadas na Capital, segundo dados estatísticos da própria SSPDS, outras 29 em Caucaia e 17 em Maracanaú. A maioria esmagadora dos crime é praticada com armas de fogo.

SAIBA MAIS

A aprovação pela Assembleia Legislativa e a sanção pelo governador Cid Gomes da nova Lei de Organização Básica da Polícia Militar visaram preparara a instituição para o futuro, com a criação de vários batalhões e companhias e o aumento de efetivo. A LOB foi uma das mais importantes iniciativas tomadas pelo ex-secretário da Segurança Pública e Defesa Social, coronel PM Francisco José Bezerra Rodrigues, na sua gestão. Com a reestruturação, a PM vai poder aumentar o efetivo de acordo com as necessidades de segurança. No próximo mês, mais 1.150 militares (soldados) serão formados pela Academia Estadual

da Segurança Pública (Aesp) e ingressarão nas tropas regulares da instituição. Esse contingente deverá ser colocado nas ruas da Capital e sua região metropolitana. Já a Polícia Civil, recebeu na gestão de Bezerra um importante reforço no número de inspetores, delegados, escrivães, assim também como a Perícia Forense do Estado (Pefoce). O novo secretário, porém, já avisou que considera o efetivo da Polícia Judiciária aquém das necessidades e quer aumentar seu efetivo, além de aliar o trabalho da DHPP com o da Denarc para combater o crime
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA

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