sábado, 4 de maio de 2013

Comissão defende exumação de Jango

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
04.05.2013

O procedimento ainda tem de ser autorizado oficialmente. João Goulart governou o País de 1961 a 1964
Brasília A Comissão Nacional da Verdade decidiu exumar, com autorização da família, o corpo do ex-presidente João Goulart - morto em 1976 durante exílio na Argentina. Ele governou o País entre os anos de 1961 e 1964. O processo de exumação será feito com o auxílio do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul, já que Goulart está enterrado no cemitério de São Borja, município do Estado.

O ex-presidente deposto em 1964 faleceu enquanto estava exilado na Argentina. A família suspeita de que ele tenha sido envenenado FOTO: DIVULGAÇÃO

Antes da exumação, há algumas etapas a serem cumpridas. A primeira será a avaliação de especialistas sobre a eficácia desse tipo de exame tantos anos após a morte de Jango. Depois, diante do eventual aval técnico, o pedido de exumação será analisado pela Justiça Federal.

No dia 18 de março, em audiência da Comissão em Porto Alegre, a família do ex-presidente entregou uma petição requerendo a exumação dos restos mortais para apurar se ele foi envenenado. Na audiência, Rosa Cardoso, uma das integrantes da Comissão da Verdade, afirmou que a petição dos Goulart possui "elementos concludentes" de que ele foi vítima da Operação Condor (ação conjunta das ditaduras de países da América do Sul).

O documento é assinado, entre outros familiares, pelo neto dele, Christopher Goulart. O ex-presidente foi deposto em 1964 por militares que iniciaram uma ditadura que durou 21 anos (1964-1985) no Brasil.

Filho de Jango
O filho do ex-presidente João Goulart, cujo cadáver deve ser exumado nos próximos meses, disse que a medida é "um grande primeiro passo" para esclarecer as causas da morte de seu pai.

"Foi uma luta muito grande", afirmou João Vicente Goulart, 56, que preside o Instituto João Goulart. Segundo ele, desde 2006 a família pede ao Ministério Público Federal que investigue o episódio. A procuradora Suzete Bragagnolo, que cuida do inquérito movido pela família do ex-presidente, disse que o próximo passo será reunir o corpo técnico que fará a perícia nos restos mortais.

Suspeita
Jango morreu durante seu exílio na Argentina, em 1976, de ataque cardíaco. A família do ex-presidente, porém, suspeita que ele tenha sido envenenado. A hipótese de assassinato surgiu quando um ex-agente da ditadura uruguaia, Mário Barreiro, disse, em 2006, que participou da operação para matá-lo.

Segundo ele, João Goulart foi morto com a ingestão de uma cápsula envenenada, misturada aos remédios que ele tomava diariamente contra problemas cardíacos. O denunciante confirmou os fatos num depoimento à Polícia Federal, em 2008.

"Nós ficamos estupefatos", conta o filho do ex-presidente. "Jango é um bem cultural e imaterial da nação brasileira, e é uma obrigação do Estado brasileiro fazer essa investigação". 

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