22/11/2015
Adquirido de diferentes formas, o refluxo pode ser solucionado por remédios ou mudanças no estilo de vida. Entenda como identificar os sintomas e tratar a doença
De todos os sintomas que acometem os que sofrem de refluxo gastroesofágico, um é praticamente fatídico para o autodiagnóstico: azia. Se alguém sentir queimação na “boca do estômago”, conjectura, sem pestanejar, ser refluxo. Se o bebê chorar porque não consegue se alimentar: refluxo. Se o refrigerante não “descer bem”, refluxo.
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Comum, de fato, a disfunção pode ser solucionada simplesmente com a mudança de hábitos alimentares. Somente quando passa a interferir continuamente na vida do indivíduo, prejudicando sua qualidade de vida, é que deve ser tratada como doença.
“Para uma avaliação inicial, a procura pelo médico é sempre importante para ter a certeza do diagnóstico”, recomenda Rodrigo Lima, gastroenterologista do Hospital Universitário Walter Cantídio, filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Tanto Rodrigo como a gastroenterologista Gardênia Costa, que atua no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), acreditam que a obesidade é, hoje, um dos principais fatores que estimulam a propensão ao refluxo. “A doença do refluxo é, na maioria das vezes, o relaxamento do esfíncter e o aumento da pressão abdominal”, detalha Gardênia.
Em recém-nascidos, o refluxo é considerado habitual. “É fisiológico, acontece sem ser uma doença”, explica a coordenadora de Neonatologia da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), Eveline Monteiro de Castro. Nesses casos, segundo a médica, a imaturidade do esfíncter - estrutura muscular que controla a passagem do conteúdo estomacal para o esôfago - acarreta na regurgitação do leite materno. No entanto, a reação dura de quatro a seis meses, tempo suficiente para que a estrutura crie resistência.
Patologias
Além da má alimentação e do estilo de vida desregrado, o refluxo gastroesofágico também pode ser originado por problemas mais sérios, como hérnias de hiato. Nestes casos, por conta de um deslocamento do estômago para o tórax, o esfíncter - que ficava logo abaixo do diafragma - sobe para o tórax junto com o estômago. “O paciente que tem hérnia de hiato, da mesma forma do obeso, tem mais chance de ter refluxo. Quanto maior a hérnia, maior a chance de ocorrência”, explica o gastroenterologista Rodrigo Lima.
E é quando chega a estágios como esse que o problema deve ser tomado como patológico e tratado sob prescrição médica. Nesta edição do Ciência & Saúde, O POVO apresenta os principais sintomas do refluxo, explica como é feito o diagnóstico, mostra e relata as possibilidades de tratamento.
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