POR 11 NOV 2015 - 16H 06
Quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim, a Alemanha foi dividida em quatro zonas ocupadas por países que saíram vitoriosos no conflito. Um dos maiores símbolos desse período pós-guerra foi a construção do Muro de Berlim – uma fortificação de mais de 60 km de extensão que dividiu a capital do país em duas, criando dois países que praticamente não se comunicavam.
Atravessar essa barreira, que durou 28 anos, era algo extremamente burocrático e perigoso, tanto que, quando ela caiu, em 1989, o momento histórico gerou imagens que permanecem até hoje na lembrança de várias pessoas mundo afora.
Confira agora 10 curiosidades sobre o Muro de Berlim, um dos maiores símbolos do século passado:
1. Principal ideia era segurar pessoas inteligentes
Quase 3 milhões de pessoas abandonaram a Alemanha Oriental entre 1949 e 1961. A grande maioria buscava melhores colocações profissionais no Ocidente – tanto que grande parte dos refugiados era de pessoas com menos de 25 anos. Além disso, muitas cabeças “pensantes”, como médicos, engenheiros, professores e estudantes, estavam nesse contingente.
Ao contrário de outras grandes muralhas construídas ao longo da História, que tinham o intuito de proteger o território contra a entrada de pessoas, o Muro de Berlim foi feito justamente para impedir que elas “fugissem” do lado oriental.
2. Início da construção
À meia-noite do dia 13 de agosto de 1961, o então presidente do lado oriental da Alemanha, Walter Ulbricht, ordenou que tropas do exército, com o auxílio de veículos blindados, fizessem uma espécie de barreira humana que impediria qualquer civil de atravessar para o outro lado. Na manhã seguinte, começou, de fato, a construção do muro. No início, todas as instalações e guaritas eram improvisadas. Foram adicionados arame farpado e torres de vigilância às pressas.
3. O muro cresceu ao longo dos anos
Depois de um início quase amador, com barricadas e arames farpados, o Muro de Berlim passou por algumas décadas de constante construção. Novas lajes de concreto foram instaladas, e a área de fronteira foi reforçada. O lugar também ganhou mais de 300 torres de observação, com monitoramento feito por mais de 11 mil soldados!
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4. Zona da Morte
O nome Zona da Morte faz jus à região do muro que era praticamente impossível de atravessar. Um gramado com pregos e minas enterradas, holofotes, cerca eletrificada e cães de guarda faziam das tentativas de travessia um verdadeiro terror para os “desertores” da Alemanha Oriental.
5. Checkpoint Charlie
Claro que a travessia não era totalmente inviável: ultrapassar o muro era possível através de lugares específicos. O mais famoso deles se chamava Checkpoint Charlie, mas, ainda assim, a burocracia para isso era extremamente grande. Um diplomata norte-americano chamado Edwin Allan Lightner, por exemplo, demorou vários dias para conseguir a liberação, já que se recusava a mostrar a documentação necessária com a alegação de que só precisaria mostrá-la aos soviéticos, e não aos alemães ocidentais.
6. Número de mortes
Quem tentava burlar a segurança corria risco de morrer, e isso acontecia constantemente: oficialmente, 138 pessoas perderam a vida tentando cruzar o Muro de Berlim. Porém, alguns estudiosos acreditam que esse número pode passar de 200. A primeira pessoa a morrer foi Ida Siekmann, de 58 anos, que se jogou do terceiro andar do seu prédio por ter sido separada de sua irmã por poucas quadras de distância. Já a primeira vítima do exército foi Günter Litfin, que trabalhava e vivia no lado ocidental, mas tinha acabado de ir para o lado oriental quando o muro foi erguido – na tentativa de cruzar o local, ele levou um tiro na cabeça.
7. Histórias absurdas
Claro que teve gente que conseguiu passar de um lado ao outro. Estima-se que 10 mil tentaram, mas apenas metade teria conseguido, sendo que a grande maioria foi através de suborno. Entretanto, histórias inusitadas aconteceram, como a de pessoas que tentaram sair do lado oriental em um balão ou jogando o carro contra o muro.
8. O show de rock
O cantor Bruce Springsteen se apresentou para um público estimado de 300 mil pessoas no lado oriental de Berlim em julho de 1988. Em alemão, ele deu um discurso icônico: “Eu não estou aqui a favor ou contra qualquer governo. Eu vim aqui tocar rock and roll para os berlinenses orientais na esperança de que um dia todas as barreiras acabem”.
9. A queda foi “instantânea”
Quando 500 mil pessoas se manifestaram em Berlim em 1989, o porta-voz do governo oriental da Alemanha, Günter Schabowski, deu o pontapé inicial para a caída do Muro. Durante uma conferência com a imprensa, um jornalista perguntou quando as novas leis de trânsito livre seriam implementadas e obteve a seguinte resposta de Schabowski: “Imediatamente”.
O dia era 9 de novembro, mas as palavras do porta-voz não deveriam ter sido interpretadas literalmente. A ideia era fazer a transição ser gradual, mas o discurso de Schabowski fez uma enorme massa tomar os portões de Berlim e exigir a passagem “imediata”. Sem ter o que fazer, os guardas liberaram a passagem, e os berlinenses de ambos os lados começaram a demolição de um dos maiores símbolos da Guerra Fria naquela mesma noite.
10. Você pode ter um pedaço do muro
Como a derrubada do Muro de Berlim começou a ser feita por cidadãos comuns, muita gente conseguiu guardar um pedacinho da construção como relíquia ou souvenir. Até hoje, inúmeras pessoas negociam esses artefatos em sites de leilão, como o eBay.
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Você visitou Berlim depois da unificação? Ou é daqueles que conseguiu ir à Alemanha durante os 28 anos em que ela esteve dividida? Quais são suas impressões sobre esse importante momento histórico da humanidade?
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