17/07/2015
No Facebook, um preso chegou a comentar em publicações de página de policiais civis. Secretaria da Justiça deve investigar as denúncias
Policiais civis têm monitorado cerca de 50 perfis de redes sociais utilizados por detentos que estão em unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Uma das situações que chamaram a atenção dos policiais para o problema, que reforça o uso de celulares nos presídios, foi um comentário feito por suposto detento em uma publicação na fanpage Polícia Civil em Ação.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol-CE), Gustavo Simplício, a publicação falava sobre as delegacias lotadas de presos que deveriam estar nos presídios. “É uma página ligada ao sindicato. Temos um serviço de inteligência com policiais que trabalham nas suas folgas. Eles identificaram o homem como interno de Itaitinga. Tem fotos até no pátio do presídio, postagens todos os dias, e ninguém viu? Eles têm acesso à Internet e a celulares”, ressaltou.
Em relação aos comentários, Simplício explicou que uma das publicações da fanpage relatava o problema da superlotação das delegacias. Muitos internautas aproveitaram o momento para incitar discurso de violência contra os presidiários.
O detento visualizou os comentários e teria se mostrado indignado com os internautas, comentando: “Como a população quer paz se é a primeira que pede guerra e morte? Quem aí quer morrer? Acho que ninguém, né? Por isso essas coisas estão entregues às mãos do criador que é Cristo Jesus”, escreveu.
Para Simplício, apesar de ser uma prova de que o uso de celulares é comum nos presídios, as publicações têm ajudado a identificar crimes comandados das unidades. Inclusive acompanhando as publicações de namoradas dos presos, que fazem as chamadas “correrias” (entregas de drogas de fornecedores para comerciantes do material). Um caso recente relatando a articulação foi a prisão de duas mulheres com 61 quilos de maconha pela Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). Uma das presas informou que foi orientada para a ação pelo companheiro, que está em uma Casa de Privação.
A assessoria de imprensa da Sejus informou que vai investigar as imagens e ressaltou que está à disposição do Sinpol para receber as informações. Caso seja comprovado que os perfis são de internos, a Sejus deve adotar as medidas cabíveis.
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