Por Ian Castelli 06 jul 2015 - 12h 23
Infelizmente, de acordo com estudos da Universidade do Arizona (nos Estados Unidos), foi identificado que ataques com tiroteios e assassinatos em escolas são um tanto contagiosos(não no sentido literal da palavra), já que inspiram outras atitudes de violência quando chegam aos noticiários. Estamos falando especificamente de casos que ocorreram nos Estados Unidos, porém o estudo dá margens para que as pesquisas também sejam aplicadas em outros países.
Os pesquisadores analisaram casos de chacinas em escolas americanas para ver se elas influenciavam eventos similares em um futuro próximo – e o resultado foi surpreendente. Em tragédias em que quatro ou mais mortes ocorreram foi constatado que há um período de aproximadamente 13 dias em que demais ataques do gênero podem acontecer, principalmente devido ao destaque que essas notícias ganham.
Os ataques com armas de fogo em escolas são problemas recorrentes e antigos nos Estados Unidos – ataques do tipo ocorrem mensalmente em todo o país. Obviamente, os números são muito maiores em estados em que a posse de armas é legal e totalmente liberada (em alguns casos, é possível encontrar armas de fogo para vender em supermercados).
As influências que não vemos
Sherry Towers, que está entre os pesquisadores responsáveis pelo estudo, diz que é possível identificar esses eventos através da regularidade com que acontecem. Depois de um caso ocorrer em um estado, é comum que outras tragédias também sejam vistas em demais localidades em vez de acontecerem aleatoriamente em qualquer momento do ano, criando um tipo de efeito dominó que enfraquece com o tempo.
Parar verificar as verdadeiras influências de chacinas nas escolas americanas, os pesquisadores analisaram bancos de dados sobre assassinatos em massa que foram altamente relevantes, comparando os dados a fim de conferir se eles inspiraram eventos semelhantes em um futuro próximo. De acordo com essas pesquisas, as chances de casos similares serem registrados em até 13 dias após o primeiro episódio são 30% maiores.
A ideia de realizar o estudo foi de Sherry Towers devido às suas próprias experiências. Em janeiro de 2014, Towers estava na Universidade de Purdue quando um tiroteio no campus teve início e um aluno foi morto. Na semana posterior, Towers pôde perceber outros três casos de ataques em escolas e universidades, questionando-se se tais incidentes eram meras coincidências – o que foi logo refutado.
Os suicídios entre jovens já podem ser encarados como grandes influenciadores. Casos de suicídio em estudantes de escolas podem inspirar pessoas fragilizadas a cometer os mesmos atos, algo que as estatísticas americanas já comprovaram. Chacinas e ataques em escolas ou universidades que atraem a atenção da grande mídia também têm grandes chances de influenciar eventos semelhantes, normalmente de menor gravidade, nos próximos dias.
Não há como determinar quais características realmente afetam o subconsciente das pessoas que estão pré-dispostas a cometer tais crimes, porém essa análise já é capaz de nos fazer perceber que existem relações e dinâmicas complexas entre esses incidentes.
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