O governador Cid Gomes encaminhará na próxima semana para a Assembleia Legislativa a proposta sobre o reajuste salarial dos professores. Sindicato discorda da proposta e ameaça greve se não houver negociação
30.07.2011
Secretária Izolda, por intermédio da assessoria, defendeu
proposta (GEORGIA SANTIAGO, EM 17/9/2010)
Diante do impasse com o Governo do Estado e sem negociações salariais à vista, professores da rede pública estadual de ensino ameaçam entrar em greve em todo o Ceará, a partir de segunda-feira. Neste dia, a categoria realizará assembleia geral, às 15 horas, no Ginásio Paulo Sarasate, para decidir sobre a paralisação das atividades.
Na tarde de ontem, representantes dos professores se reuniram com o secretário estadual da Fazenda, Mauro Filho (PSB), com a secretária da Educação, Izolda Cela (PT), e com representantes da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) para tentar uma nova negociação com o Governo, depois da categoria ter rejeitado a proposta apresentada pelo governador Cid Gomes (PSB) na noite da última quinta-feira. Sem sucesso, a reunião de ontem acabou deixando as mesmas divergências.
A proposta do Governo, elaborada em conjunto pelas três secretarias, eleva de R$ 1.461,50 para R$ 2 mil a remuneração (base+regência) do professor em início de carreira com nível superior, em relação a 2010, o que representa aumento de 45% no salário.
Os professores, no entanto, alegam que o reajuste salarial apresentado pelo governador só beneficiará cerca de 20% da categoria. “Os outros 80%, que são a imensa maioria, não ganharão quase nada, serão excluídos. Poucos estão em início de carreira. A tabela não considera tempo de serviço e capacitação”, destaca o presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Ceará (Apeoc), Anízio Melo.
Além disso, a categoria critica que o Governo tenha apresentado o piso salarial dos professores no valor estabelecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), que é de R$ 1.187.
Os professores defendem que o valor seja de R$ 1.587, conforme prevê a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Por meio de sua assessoria de imprensa, Izolda Cela afirmou que “a proposta tem como objetivos a valorização da categoria, que terá um salário melhor, assim como a correção da distorção salarial do início da carreira e a possibilidade de progressão para quem já não tinha como ascender”.
Ainda segundo a secretária, a reunião de ontem ocorreu por orientação do governador, que solicitou que fosse feita “uma validação dos números” apresentados na última quinta-feira.
Encaminhamentos
A proposta será encaminhada para Assembleia Legislativa na próxima semana, quando a Casa voltará do recesso. A atitude gerou mais indignação nos professores, que reafirmam que querem discutir a proposta com o Executivo.
Outra reunião entre a categoria e o Governo está marcada para a próxima quarta-feira, na Seduc, para que as planilhas de custos que foram enviadas ontem pela Sefaz ao Sindicato sejam avaliadas. (Ranne Almeida - ranne@opovo.com.br)
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As rodadas de negociações entre o Governo do Estado e os professores persistem desde o mês de maio. Os professores da rede pública estadual já haviam entrado em estado de greve em junho.
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O Governo do Estado propôs, na última quinta-feira, aumento de 45% para os professores em início de carreira com nível superior.
Já para os professores temporários, a nova proposta combinada à lei que recentemente equiparou a remuneração ao nível 13, representará um incremento de até 60%. Segundo o Governo do Estado, com a proposta, o Ceará salta de 23º para 15º maior salário entre os estados do Brasil.
O Sindicato Apeoc, no entanto, contesta a proposta e alega que apenas 20% dos 15 mil professores da rede estadual de ensino é que serão beneficiados com a melhoria salarial, já que a maioria deles (os 80% restantes) possuem maior tempo de serviço e pós-graduações.
Outra divergência entre o Estado e a categoria é a alteração da regência de classe dos professores, que atualmente é de 10% sobre o salário da categoria. Segundo o presidente do Sindicato Apeoc, Anízio Melo, o Governo propõe que a regência seja uma porcentagem fixa em cima do salário de professor no início de carreira.
O salário-base dos professores também vem sendo ponto de embate entre a categoria, que defende o valor proposto pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) de R$ 1.587, e o Governo, que propôs o salário indicado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) de R$ 1.187.
Há meses os professores da rede estadual buscam a negociação com este governador, e ele simplesmente parece não se importar com a categoria.E este senhor gasta uma fortuna com divulgação para dizer que investe em educação.Senhor governador, assim como segurança não se faz com hilux, educação não se faz com pintura de escola. Francamente!
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