19/12/2015 - 15h28
A célebre cantora francesa completaria seu centésimo aniversário. Falecida em 1963, a sua curta vida foi marcada não somente por lendas, amores e boatos, mas também por canções inesquecíveis.
Dezenas de milhares de pessoas se despediram de Édith Piaf no cemitério parisiense de Père Lachaise, em 14 de outubro de 1963. Ainda hoje, os fãs da grande cantora de chansons peregrinam até o seu túmulo sempre decorado com flores naturais. A cantora faleceu em Plascassier no dia 10 de outubro.
Dezenas de milhares de pessoas se despediram de Édith Piaf no cemitério parisiense de Père Lachaise, em 14 de outubro de 1963. Ainda hoje, os fãs da grande cantora de chansons peregrinam até o seu túmulo sempre decorado com flores naturais. A cantora faleceu em Plascassier no dia 10 de outubro.
De acordo com o atestado oficial de óbito, no entanto, ela teria morrido na capital francesa em 11 de outubro. Essa mudança teria sido obra do esposo da artista, Théo Sarapo, porque uma grande estrela, como Piaf, só poderia morrer em Paris. Essa não é a única incoerência na biografia da cantora.
Infância difícil
Édith Piaf nasceu sob o nome de Édith Giovanna Gassion em 19 de Dezembro de 1915, em Paris, nos degraus da entrada da rua Belleville 72, diz a lenda. Ela também pode ter visto a luz num hospital próximo. Sua mãe cantava num café e se chamava Annetta Jacqueline Gassion. Porém, ela não se importava muito com a filha e, assim, a pequena Piaf foi enviada para a casa da avó, onde quase morreu de fome.
O pai de Édith Piaf a colocou então sob os cuidados da avó paterna, que administrava um bordel em Bernay. Alphonse Gassion era alcoólatra e batia muito na filha. Desde cedo, a artista teve que conviver com a violência e aprendeu a se virar como cantora de rua.
Descoberta na rua
Quando abandonou seu pai, aos 15 anos, a rua se tornou o seu ganha-pão em Paris. A sua voz chamou a atenção do proprietário de cabaret Louis Leplée, que a contratou para cantar em seu Gerny's. Foi ele quem lhe deu, mais tarde, o nome artístico de Piaf (pardal, passarinho). Nessa época, a artista já havia vivenciado a triste experiência de uma relação marcada pela violência de seu amante Louis Dupont e da perda de sua filha Marcelle, de um ano e meio, que morreu de meningite em 1934.
Em 1935, ela gravou o seu primeiro disco. Pouco tempo depois, o seu mentor, Louis Leplée, foi morto durante um assalto. A própria Piaf foi detida sob suspeita de estar envolvida no crime. Mais tarde ficou provada a sua inocência, no entanto, Paris abandonou mais uma vez a cantora.
Carreira internacional
Com a ajuda de seu novo mecenas Raymond Asso, ela não só conseguiu voltar a Paris, mas também deu início a uma carreira internacional sem precedentes. Ela gravou um disco atrás do outro nem a Segunda Guerra Mundial foi capaz de impedir sua ascensão. Neste contexto, Édith Piaf ainda caiu sob suspeita de colaborar com os nazistas na França.
Em 1944, ela pôde ser vista por duas semanas ininterruptas no Moulin Rouge. Um ano mais tarde, ela conquistava os Estados Unidos: os nova-iorquinos a adoraram. Ali, ela conheceu o seu grande amor. O pugilista Marcel Cerdan, no entanto, já era casado e tinha três filhos. Com a morte do boxeador em acidente aéreo, em 1949, a vida de Piaf se desmoronou. A partir daí, a sua história foi marcada pelo álcool, drogas e diferentes relações também com Georges Moustaki, cuja carreira como chansonnier foi influenciada decisivamente por Piaf.
Em 1959, ela desmaiou depois de um concerto e teve que ser tratada no hospital devido a uma perfuração no estômago. Foi quando o câncer do fígado foi constatado. Édith Piaf continuou sua vida sem se deixar impressionar, mas sempre acompanhada de enfermeiras e morfina. Em 1962, o grego Theophanis Lamboukas a procurou porque queria ser cantor. Piaf se apaixonou por ele, dando-lhe o nome artístico de Théo Sarapo [eu te amo, em grego]. Eles se casaram em outubro daquele ano.
Passados mais de 50 anos de sua morte, a fama de Édith Piaf não desvaneceu talvez devido à sua vida movimentada e muitas vezes misteriosa. Ainda hoje, ela é uma das cantoras de língua francesa mais bem-sucedidas. Entre os seus grandes e inesquecíveis sucessos, estão La vie en rose, Milord e Non, je ne regrette rien.
Em seu túmulo no cemitério de Père Lachaise, seu epitáfio repete o que mais cantou em vida: "Borboleta gentil, vá lhe dizer que o amo".
Autor: Jürgen Brendel / Carlos Albuquerque
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