26/12/2015 - 13h15
Os pescadores que receberam alta chegaram ao Rio Grande do Norte. Dois seguem internados em Fortaleza
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Levados pelo clima de solidariedade, que envolveu o resgate de oito náufragos perdidos no mar, algumas pessoas fizeram doações aos pescadores do Rio Grande do Norte encontrados na véspera de Natal, 24. A ajuda veio em forma de roupas, material de higiene e passagens rodoviárias. Depois de cinco dias enfrentando tempestades, sol, fome e até um tubarão, o grupo encontrou a embarcação cearense Rio Prata, responsável pelo socorro.
Seis dos oito náufragos que tiveram alta do hospital em Fortaleza e chegaram ao Rio Grande do Norte por volta das 3 horas da madrugada. Eles viajaram de ônibus e com passagens doadas por pessoas que se sensibilizaram com o caso.
Passado o susto e já no Rio Grande do Norte, Luís Antônio de Brito, 59 anos, expressou gratidão, ao falar das pessoas que o ajudaram no Ceará.
"O hospital entrou em contato com a marinha de Fortaleza e eles disseram que não podiam fazer nada. Uma pessoa que estava almoçando em um restaurante viu a matéria e foi até a gente, cedeu passagem, roupas, dinheiro para viajar. Foi até a delegacia conosco. É uma pessoa natural do Rio Grande do Norte, mas que mora em Fortaleza, não sei decifrar o nome dela", comentou.
Susto
Casada com o pescador há 20 anos, dona Zeneide Café da Silva Brito, 47, diz que soube do naufrágio no dia do resgate. Ela comenta que nem imaginava a situação do marido, que estava em um bote buscando ajuda. "No trabalho, ele passa de 15 a 20 dias sem se comunicar. Às vezes fica até 90 dias no mar. Ele só se comunica quando está passando por Noronha, pois lá pega o telefone", relatou.
A esposa diz que soube do caso no dia 24, quando jornalistas ligaram para a casa dela comunicando do resgate. "Estava no meio da ceia quando ligaram avisando que tinha acontecido isso e me deram o número do telefone. Ele ainda estava em estado de choque e chorava muito. Então falei com o médico, com as pessoas do Samu e com o dono do barco", comentou.
Humanidade
Quem também não ficou de fora dos agradecimentos, foi o pescador José Nilton, 52 anos, que estava na embarcação cearense responsável pelo resgate. O senhor Luís disse que o cearense e a esposa forneceram todo tipo de apoio no Ceará.Seis dos oito náufragos que tiveram alta do hospital em Fortaleza e chegaram ao Rio Grande do Norte por volta das 3 horas da madrugada. Eles viajaram de ônibus e com passagens doadas por pessoas que se sensibilizaram com o caso.
Passado o susto e já no Rio Grande do Norte, Luís Antônio de Brito, 59 anos, expressou gratidão, ao falar das pessoas que o ajudaram no Ceará.
"O hospital entrou em contato com a marinha de Fortaleza e eles disseram que não podiam fazer nada. Uma pessoa que estava almoçando em um restaurante viu a matéria e foi até a gente, cedeu passagem, roupas, dinheiro para viajar. Foi até a delegacia conosco. É uma pessoa natural do Rio Grande do Norte, mas que mora em Fortaleza, não sei decifrar o nome dela", comentou.
Susto
Casada com o pescador há 20 anos, dona Zeneide Café da Silva Brito, 47, diz que soube do naufrágio no dia do resgate. Ela comenta que nem imaginava a situação do marido, que estava em um bote buscando ajuda. "No trabalho, ele passa de 15 a 20 dias sem se comunicar. Às vezes fica até 90 dias no mar. Ele só se comunica quando está passando por Noronha, pois lá pega o telefone", relatou.
A esposa diz que soube do caso no dia 24, quando jornalistas ligaram para a casa dela comunicando do resgate. "Estava no meio da ceia quando ligaram avisando que tinha acontecido isso e me deram o número do telefone. Ele ainda estava em estado de choque e chorava muito. Então falei com o médico, com as pessoas do Samu e com o dono do barco", comentou.
Humanidade
Nilton, que é pescador há 17 anos, diz que e reconhece a dificuldade que foi resgate, mas que ficou feliz por ter conseguido ajudar. "Foi difícil, a gente tinha que fazer algo que não esperava, avistamos uma boia e aconteceu que era a balsa. Tivemos êxito", comentou.
A esposa do pescador cearense comenta sobre a força-tarefa para ajudar. "A gente foi na farmácia, compramos kits de higiene, levou para eles. Peguei umas roupas do Nilton e de lá a gente foi para o hospital. Teve outro casal que ajudou muito, os levamos até a delegacia e ajudamos a pagar o táxi. A outra família os levou até a rodoviária", comentou.
Profissionais do Serviço Móvel de Atendimento Médico de Urgência, jornalistas e um perito também se reuniram para ajudar os dois pescadores que permanecem internados no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), organizando doações de roupas, sapatos, material de higiene e a compra de passagens para os pescadores que devem receber alta neste sábado, 26.
Grupo enfrentou tempestade e tubarão
A esposa do pescador cearense comenta sobre a força-tarefa para ajudar. "A gente foi na farmácia, compramos kits de higiene, levou para eles. Peguei umas roupas do Nilton e de lá a gente foi para o hospital. Teve outro casal que ajudou muito, os levamos até a delegacia e ajudamos a pagar o táxi. A outra família os levou até a rodoviária", comentou.
Profissionais do Serviço Móvel de Atendimento Médico de Urgência, jornalistas e um perito também se reuniram para ajudar os dois pescadores que permanecem internados no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), organizando doações de roupas, sapatos, material de higiene e a compra de passagens para os pescadores que devem receber alta neste sábado, 26.
Grupo enfrentou tempestade e tubarão
O Caso
"A gente saiu de Natal para ir à ilha de Fernando de Noronha, para pescar. O barco pendeu para um lado, eu estava dormindo e me acordaram, quando cheguei a embarcação tinha rompido as tábuas da proa, as paredes, na parte da cozinha. A água invadiu a sala de máquinas e foi subindo, todo mundo se desesperou", descreveu.
Ele explica que a água danificou a sala de máquinas e que não teve condições de se comunicar para pedir socorro. O grupo usou a boia inflável.
"No primeiro dia tudo bem, no segundo, no terceiro, mas ai cedeu o piso da boia inflável e perdemos a esperança. A gente começou a nadar puxando essa boia, todo mundo nas bordas, disse que quem não tivesse forças amarrasse um cabo e se naquela noite a gente tivesse ficado lá, íamos todos morrer", descreveu o pescador.
Ele conta que já havia passado por cinco navios durante o período que esteve perdido, chamava, usava a sinalização, mas ninguém se aproximava. Foi quando notaram uma embarcação bem longe e resolveram virar a boia, devido o clarão, para que as pessoas pudessem enxergar. "Eles gastaram umas duas horas para chegar. Quando chegou o Nilton pediu paciência e foi resgatando de um a um. Chegamos a noite no Ceará. Ele foi um pai para nós", disse o naufrago.
Os momentos de perigo incluíram tempestades, noites de muitos relâmpagos e trovões, além de um tubarão que seguiu o grupo por um dia. "Ele (tubarão) passou um dia cercando a gente. Eu imaginava da boia tombar para um lado e ele pegar a gente. Ele passou um dia navegando com a gente, procurando uma falha nossa. Quando a boia rompeu o teto, se aquele peixe estivesse perto, a gente não podia mais contar com nada", descreveu.
O grupo que chegou de barco até o Mucuripe, em Fortaleza, e foi resgatado por uma ambulância do Samu. O pescador finalizou a entrevista fazendo um apelo para que as autoridades marítimas se preocupem com a questão da fiscalização das embarcações.
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