18.05.2014
Mesmo nas paradas cobertas, os passageiros encontram problemas, pois elas não protegem do sol e nem da chuva
A vida dos usuários de ônibus da Capital não é fácil, pois todos os dias são obrigados a enfrentar lotação, atrasos e insegurança. Mas, até mesmo antes de entrar no coletivo, eles enfrentam problemas devido à precariedade dos locais onde os pontos de ônibus estão instalados. Por causa disso, eles esperam pelo transporte em áreas com mato, lixo e defeitos estruturais.
Toda a extensão do lado direito da Rua Pereira Miranda, entre as ruas Julio Azevedo e Batista de Oliveira, é coberto por um grande matagal. Nesse mesmo local, fica localizada uma parada para coletivo, sinalizada apenas por uma placa.
Devido à presença de todo o mato, é impossível alguém ficar ao lado do ponto, já que, além disso, muito lixo foi deixado por ali. Dessa forma, os passageiros têm duas alternativas: ou esperar pela condução no asfalto ou na calçada do outro lado.
É o que sempre faz o vigilante Iranildo Ferreira, quando vai voltar para casa, após o serviço. "A maioria das pessoas que espera o ônibus aqui fica do outro lado e, quando o veículo se aproxima, vai para o ponto".
Em razão desses problemas, ressaltou Ferreira, aquela parada é pouco frequentada pelos usuários do transporte público que trabalham ou residem no entorno. "Tem uns quatro meses que instalaram, mas é difícil ver alguém por aqui", afirmou.
Ele ainda comentou que seria muito mais seguro para os passageiros se o local estivesse sem o mato e lixo. "Outro problema é que não tem cobertura e nem lugar para se sentar. A pessoa é obrigada a ficar no meio do mato e ainda pegar sol ou chuva".
A reportagem ficou na Rua Pereira Miranda durante cerca de meia hora. Durante todo esse período, nenhuma pessoa apareceu naquele local com o intuito de utilizar um dos vários coletivos que passaram por ali.
Na Rua Adolfo Caminha, continuação da Avenida Pessoa Anta, no Centro, os passageiros também encontram dificuldades para usar o transporte coletivo. A calçada cheia de buracos dificulta a vida de qualquer um, especialmente de idosos e crianças. Além disso, é preciso dividir o espaço com lixo e mato.
Proteção
O lugar também não possui cobertura e nem bancos para os usuários, já que apenas a placa identifica o ponto. "Não temos proteção nenhuma nessa parada. Em dias muito ensolarados, só os postes salvam a gente", explicou a autônoma, Maria Lucia de Souza.
Areia, pedras e lixo incomodam todos os passageiros que utilizam o ponto de condução localizado na Rua Augusto dos Anjos, no Bairro Jóquei Clube, entre as Ruas Cuiabá e Estrada do Pici. Em dias de chuva, a situação piora, pois a via alaga e fica complicado chegar até o local onde o coletivo para.
"Mesmo tendo cobertura, não adianta de nada, já que praticamente não existe proteção para sol. Nos horários em que o sol esta mais forte, eu prefiro ficar do outro lado da via, onde posso encontrar sombra, do que torrar no sol", reclamou o autônomo Carlos dos Santos.
Perceber que na Avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste), esquina com Padre Mororó, existe uma parada de ônibus não é tarefa fácil. A pequena movimentação na calçada e a placa, que aponta o ponto, bastante enferrujada e cheia de adesivos são os principais problemas daquele local.
Abrigos
Para a estudante universitária Jéssica Almeida Gurgel, os principais problemas das paradas de ônibus de Fortaleza são estruturais. "Os abrigos existem em alguns locais, mas eles não protegem do sol e nem da chuva. Então não servem de nada".
Jéssica ainda falou sobre a falta de educação de alguns motoristas que estacionam seus carros perto dos pontos e dificultam a vida os passageiros e dos condutores dos coletivos também. "Quando a calçada é estreita, a situação fica pior ainda. Acho que deveria haver uma fiscalização", frisou a universitária.
Visitas técnicas
A assessoria de comunicação da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) informou que os locais onde a parada de ônibus será instalada é escolhido através de visitas técnicas. Durante esse trabalho, são avaliadas as condições do passeio, a geometria da via para garantir que o veículo consiga realizar a manobra para parar, locais com demanda de passageiros, dentre outras questões.
Ainda segundo o órgão, existem 4.914 paradas por toda a Capital. Destas, 1.252 possuem abrigos e 3.662 não possuem, são sinalizadas apenas com placas, ou seja 74% não tem nenhum tipo de cobertura para os passageiros.
Para fazer algumas observações sobre os pontos de ônibus de toda a Capital, os usuários do transporte público podem ligar para o número 156, ou da ouvidoria da Etufor, no telefone 3452-9292, ou diretamente na sede do órgão, na Av. Dos Expedicionários, Nº 5677.
Thiago Rocha
Repórter
Um exemplo desse desrespeito são as paradas próximas de hospitais: os donos de carros estacionam seus veículos na frente das paradas de ônibus e topics, dificultando muito o embarque e o desembarque de pacientes e seus acompanhantes.
ResponderExcluir