04.05.2014
Para Heitor Férrer, o evento não trará grandes benefícios ao País. Já Rachel Marques defendeu os gastos
Faltando pouco mais de um mês para o início dos jogos da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, os debates sobre o evento esportivo devem ser pautas dos pronunciamentos dos deputados da Assembleia Legislativa. Na manhã da última sexta-feira, enquanto a líder do PT, Rachel Marques, defendia o evento e o retorno financeiro que trará para o Brasil, Heitor Férrer (PDT) criticava o atraso nas obras estruturantes da Capital e o uso "politiqueiro" da competição.
O parlamentar chegou a dizer que vai apresentar um requerimento ao Comitê de Acompanhamento das Ações Relativas à Copa 2014 (CapCopa) para saber como estão as intervenções da Prefeitura de Fortaleza em relação à Copa. "O Jerome Valcke mandou até chutar o traseiro de autoridades brasileiras porque não estavam atendendo ao que mandava a Fifa. Nós perdemos até a nossa autonomia, porque muitos se atentam mais aos caprichos da Fifa", apontou.
Conforme Férrer, o País resolveu ampliar para doze sedes, em vez de oito, como seria necessário no início. Ele afirma que essa ampliação foi motivada por "politicagem barata". "Onde é que o Amazonas tem condições de manter esse estádio? No Paraná, só terão estádios para a Copa. A África do Sul, um ano depois da Copa, foi votada a implosão do estádio", questiona.
O pedetista ressaltou que intervenções não tiveram conclusão, como a ampliação do Aeroporto Pinto Martins, Porto do Mucuripe, construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), Via Expressa da Raul Barbosa, túnel da avenida Santos Dumont, túnel da avenida Padre Antônio Tomaz, na Paulino Rocha, Dedé Brasil, rotatória Avenida Dedé Brasil, Alberto Craveiro e BRTs.
Defesa
Os deputados Augustinho Moreira (PV) e Rachel Marques (PT) saíram em defesa do evento esportivo que será sediado no Brasil. O vice-líder destacou que um terço da população mundial estará com os olhos voltados para o País, defendendo que os políticos não diminuam as discussões partindo para críticas e expondo o que não foi feito.
Já Rachel Marques afirmou que, de 2007 a 2013, os investimentos diretos e indiretos para o evento esportivo foram da ordem de R$ 25 bilhões, enquanto os recursos para a Educação somaram R$ 303 bilhões e para a Saúde, R$ 400 bilhões. "Os únicos investimentos feitos voltados, exclusivamente, para a Copa foram de R$ 8 bilhões, sendo R$ 4 bilhões por meio de créditos do BNDES e, segundo o levantamento da Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas, a Copa se paga, e o País ganha com a realização do evento", disse.
A pesquisa mostra que a Copa das Confederações aumentou em R$ 9,5 bilhões o PIB e a Copa do Mundo dará retorno de R$ 30 bilhões, mais do que o investido. "Os novos estádios também vão impulsionar a economia do esporte brasileiro", afirmou Rachel Marques.
A líder do PT na Assembleia defendeu que a indústria do futebol brasileiro tem potencial para empregar mais de 2 milhões de pessoas e arrecadar cerca de R$ 60 bilhões ao ano. "Os estádios mais modernos e mais seguros podem, sim, impulsionar todo o setor", acrescentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário