08/04/2016
Assessor da SME justifica que são feitas adequações ao cardápio e "testes de aceitabilidade" entre estudantes, por isso, alguns itens sofrem redução
Isabel Filgueiras
No pregão aberto ontem pela Secretaria Municipal de Educação (SME), há 1,12 mil toneladas a menos de alimento em comparação ao processo licitatório de 2015, segundo levantamento do O POVO. Embora a quantidade de itens listados seja a mesma (50), mais da metade deles (29) sofreu redução na quantidade. Outros, no entanto, tiveram aumento na demanda.
De acordo com o assessor de alimentação escolar da SME, Bruno Feitosa, a variação na quantidade depende da aceitação dos alimentos pelos alunos e alterações no cardápio.
“Nós aumentamos a quantidade de peito de frango porque os estudantes preferem. Também dá para fazer maior variedade de pratos, como frango desfiado”, justifica.
Em determinado momento da entrevista, o assessor deu outra explicação: a licitação aberta ontem serviria para fazer uma espécie de complemento àquela de 2015. “Os alimentos não perecíveis foram reduzidos, pois ainda temos bastante”, diz.
Além do pregão para alimentos perecíveis e não perecíveis também houve alteração nas compras de produtos frescos como frutas e verduras. Alguns deles, como melão japonês e melancia, foram removidos. Outros foram substituídos. O filé de frango congelado, por exemplo, deu lugar a almôndegas bovinas.
Feitosa afirma que as alterações não prejudicam a alimentação dos estudantes. “Nossos cardápios estão de acordo com o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Eles consomem as calorias conforme o indicado pelo plano”, completa.
Segundo o assessor, o planejamento do pregão é feito de forma a atender ao período de um ano. Em 2016, entretanto, ele destaca que o processo foi aberto antes do prazo para evitar que faltassem alguns itens que poderiam acabar antes do calculado. A licitação costuma ser aberta uma vez ao ano.
O assessor disse ainda que alguns produtos acabaram mais rápido devido ao aumento nas matrículas e das escolas de tempo integral. De 2015 para 2016, o número de alunos matriculados cresceu em 4,5 mil na rede municipal.
Oposição
Líder da oposição na Câmara Municipal, o vereador Ronivaldo Maia (PT) informou que protocolou representação ao Centro de Apoio Operacional da Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa do Ministério Público do Estado do Ceará. Para o parlamentar, os números indicam que estudantes da rede pública podem ser prejudicados.
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