Se hoje ainda há preconceito e desinformação quando o assunto envolve algum tipo de doença mental, imagina em tempos mais antigos! Não raramente, casos de depressão, ansiedade, esquizofrenia e outros transtornos eram interpretados como possessões demoníacas e tratados como tal. O All That is Interesting reuniu uma série de “tratamentos” antigos bizarros para doenças mentais. Confira:

1 – Buracos no crânio

Não é de hoje que as pessoas conseguem reconhecer que alguém tem algum tipo de doença mental, e o homem primitivo tinha uma solução para isso: fazer pequenos buracos na cabeça do paciente. Basicamente, os cortes eram feitos em todo o crânio, mas a membrana que reveste o cérebro era mantida intacta.
O método era usado para tratar “insanidade”, epilepsia, melancolia e outros problemas de saúde mental. A crença maior era, no entanto, a de que, ao abrir buracos nas cabeças das pessoas, espíritos malignos deixariam seus corpos. Em alguns casos, a família do “possuído” recebia o pedaço do crânio que havia sido retirado para usar como uma espécie de talismã. Essa prática bizarra continuou popular até o século 18.
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2 – Arteterapia

Ah, os egípcios, sempre preocupados com o lado artístico da coisa... No Egito Antigo, o tratamento para doenças mentais envolvia pintura, dança e música. Como sabiam que a música afetava diretamente nossas emoções, povos da Babilônia, da Assíria e do Mediterrâneo costumavam tratar problemas mentais com música.
Já na época do Renascimento, as pessoas acreditavam que artistas em geral eram imunes a doenças mentais, já que a arte era considerada uma forma de terapia capaz de nos salvar da insanidade.
Mais recentemente, durante a Revolução Industrial, os pacientes eram tratados com a “terapia moral”, que consistia em pessoas reunidas para expressar seus anseios artísticos e, dessa maneira, resolver qualquer problema mental. Até hoje a arte está relacionada a tratamentos terapêuticos, mas agora temos a comprovação científica de que, de fato, estímulos artísticos reduzem níveis de depressão e ansiedade.

3 – Sangria

Ainda na época dos antigos egípcios, a sangria já era uma forma bizarra de tratamento médico, afinal parece realmente que deixar alguém sangrando sem parar pode resolver problemas de saúde – só que não. O método contraditório foi adotado por gregos, romanos, árabes, asiáticos e europeus, de modo geral. No século 19, então, a sangria era praticamente o tratamento-modelo para doenças mentais.
A ideia por trás disso era a de que, para se curar de alguma doença, era preciso retirar todo o “sangue ruim” existente no pobre do paciente. Às vezes, nenhuma veia era perfurada, e aí a opção era a boa e velha sanguessuga. Acreditava-se que esse tratamento equilibrava os humores do paciente, o que, já se sabe, é algo que não acontece quando alguém está furando seu braço ou grudando uma sanguessuga nele.

4 – Vômito

Seguindo a mesma lógica das sangrias, alguns médicos começaram a pensar que induzir o vômito em pacientes com doenças ou transtornos mentais era uma ótima ideia. A técnica foi usada pelos gregos antigos, que faziam com que as pessoas comessem plantas e flores conhecidas por provocar enjoos, vômitos e diarreia.

Bônus – Tratamento psiquiátrico e terapêutico

Eis a melhor forma de tratar qualquer doença mental. Dependendo do caso, o paciente pode precisar tomar medicamentos que regulam a produção de hormônios, que diminuem a ansiedade ou que estabilizam o humor – felizmente, há remédios para isso. Da mesma maneira, a terapia psicológica é de extrema ajuda.
Se você conhece uma pessoa que tem depressão, ansiedade, bipolaridade, distimia, transtorno de personalidade ou outra condição que afeta a sua saúde mental, o melhor a fazer é acolher essa pessoa, deixá-la falar sobre o que sente, recomendar ajuda psiquiátrica e psicológica e NUNCA dizer que ela precisa de força de vontade ou de ânimo.
Se hoje é bizarro pensar em pacientes se submetendo a sangrias e vômitos, um dia será absurdo saber que, no século 21, as pessoas davam esses conselhos “animadores”, como se doença mental fosse uma escolha. Não é.

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