Em tempos de Copa do Mundo, as atrações turísticas ficam em alta. Podemos citar a construção do novo Centro de Eventos que está sendo erguido ao lado do Centro de Convenções (dois locais para eventos e exposições de grande porte...um ao lado do outro?!) e do super aguardado (pelo governo do estado, pelo menos) Aquário, que deve ser construído em Fortaleza.
Que estas duas obras vão gerar empregos nas construções das mesmas, não há dúvidas; que muitos postos de trabalho serão criados com o Centro de Eventos e o Aquário em funcionamento, certamente que sim. Mas o que mais chama atenção é o fato de que, antes de solucionarmos problemas básicos, os governos municipal, estadual e federal gastam tempo - e dinheiro- com projetos e obras que, em suas finalidades, não beneficiarão a todos.
Com o quê investir (não gastar) o dinheiro público, então? Que o Ceará é uma terra de encantos, todos sabemos. Entretanto, há um aspecto, o mais importante, que é deixado de lado: o humano. Se teremos o melhor centro de negócios, Aquário, estádio de futebol, não sei responder. Mas seria um orgulho dizer que o estado tem hospitais e postos de saúde com todos os equipamentos e os melhores profissionais; que os professores são valorizados com ótimos salários e condições de trabalho; com pessoas melhores educadas, a segurança deixaria de ser corretiva e se torna preventiva, trazendo o policial, efetivamente, para próximo da comunidade. A finalidade dessas ações - que os países realmente desenvolvidos colocam em prática - é o bem estar social. A partir disso, pode-se pensar em grandes obras, como reflexo de um grande desenvolvimento da sociedade.
Grandes contruções devem refletir o crescimento de uma comunidade ou nação para lembrar a todos o avanço possível e obtido por ela. Se a preocupação primeira é a obra de concreto e não a felicidade das pessoas, talvez porque tenhamos governantes com corações de pedra.
Por Nivardo Ferreira
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