1 – Doña Marina

Marina foi uma jovem indígena do povo náuatle — que ocupava uma região do México que se encontrava entre a fronteira do país maia e antigo Império Asteca. Também conhecida como “La Malinche”, ela perdeu o pai quando tinha apenas 11 anos de idade e foi vendida como escrava pela própria mãe quando ainda era adolescente. Depois, Marina foi dada como “presente” aos espanhóis durante a Conquista do México e acabou se tornando amante de Hernán Cortéz.
Só que o conquistador não era nada bobo e logo percebeu que Marina — que podia se comunicar tanto com os astecas como com os maias e os espanhóis — podia ser muito útil como tradutora, e nunca mais desgrudou da jovem. Ela se tornou uma figura essencial nas conquistas de Cortéz, e inclusive teve um filho com ele.
No entanto, a relação não foi recebida muito bem pela maioria das tribos indígenas, e Marina ficou conhecida como a mulher que traiu o próprio povo e possibilitou que Cortéz derrubasse o Império Asteca — de Moctezuma II — e conquistasse a atual região central do território do México para a Espanha no século 16.

2 – Guy Fawkes

Talvez o nome Guy Fawkes não soe muito familiar para você, mas a máscara que ele inspirou você certamente já viu! Nós já falamos a respeito dele aqui no Mega Curioso, e Fawkes, basicamente, é o traidor mais notório da Grã Bretanha.
No início do século 17, em decorrência da perseguição aos católicos liderada pela monarquia britânica, Fawkes e uma pequena gangue de conspiradores planejaram explodir a Câmara dos Lordes em Londres — e, com ela, o Parlamento e o Rei Jaime I, que estaria presente no local com integrantes da família real.
Assim, Fawkes e seus companheiros colocaram 36 barris de pólvora sob a Câmara, mas um deles deu com a língua nos dentes — na verdade, um dos conspiradores teria revelado os planos em uma carta a um dos parlamentares — e Fawkes foi preso, interrogado, torturado, acusado de traição e condenado à morte. E que morte...
O Rei ordenou que o conspirador tivesse os testículos cortados e o abdome aberto para que suas vísceras caíssem diante de seus olhos antes de ele morrer na forca. Mas Fawkes foi mais rápido, e pulou do tablado antes e quebrou o próprio pescoço. De qualquer forma, seu corpo foi cortado em pedaços — que foram enviados aos quatro cantos do reino como aviso aos possíveis traidores.

3 – Brutus

Como todo mundo sabe, Júlio César foi assassinado por um grupo de senadores descontentes que o esfaquearam até a morte. Entre eles estava Brutus — “Até tu, Brutus?” —, um dos amigos mais próximos do ditador, que acabou ficando conhecido como um dos maiores traidores de todos os tempos.
No entanto, não pense que a decisão de participar do atentado foi uma decisão fácil para Marco Júnio Brutu — esse era o nome dele —, que amava a César. O problema é que o senador amava a República Romana ainda mais, e os conspiradores o convenceram de que a única maneira de salvá-la era matando o ditador.
Em realidade, analisando a situação friamente, o comportamento de César indicava que, de uma hora para outra, ele poderia derrubar a república e governar soberano. Além disso, Brutus era descendente do responsável por derrubar a monarquia em Roma — em 509 a.C. —, e os senadores usaram essa informação para persuadi-lo de que sua participação no atentado fazia parte de seu destino.

4 – Judas

Judas, um dos doze apóstolos de Jesus, sem dúvida nenhuma, ficou conhecido como um dos maiores traidores que já existiram. Afinal, ele se ofereceu para entregar Cristo às autoridades religiosas em troca de 30 peças de prata, e seu ato acabou resultando no julgamento, condenação e crucificação do nazareno.
A Bíblia não oferece um relato muito conciso a respeito das ações de Judas, mas, de acordo com as escrituras, ele teria levado soldados até o Jardim de Getsêmani, situado no Monte das Oliveiras, onde Jesus estava rezando. Uma vez lá, Judas identificou o nazareno com um beijo no rosto e, segundo dizem, Cristo não só sabia que seria traído pelo apóstolo, como não fez absolutamente nada para impedi-lo.
De acordo com o relato de Mateus, após a morte de Jesus, Judas se arrependeu de suas ações, devolveu as 30 peças de prata e se enforcou de tanto remorso. Por outro lado, outras versões do ocorrido sugerem que o apóstolo não devolveu o dinheiro coisa nenhuma e morreu acidentalmente.
Seja como for, muitos estudiosos da Bíblia consideram os motivos que levaram Judas a trair Jesus um grande mistério, mas uma das teorias mais populares é a de que ele foi motivado pela ganância. Se esse for o caso, sabe por quanto o apóstolo entregou o Filho de Deus? As 30 peças de prata equivaleriam hoje a uma soma entre US$ 3 mil e US$ 4 mil, aproximadamente — ou algo em torno dos R$ 10 mil e R$ 14 mil.

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