Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
12.11.2012
Exposição, que contém material do século XIX, possui utensílios de pequena tipografia artesanal
A História da Imprensa também está presente na X Bienal Internacional do Livro, que está ocorrendo no Centro de Eventos do Ceará até o dia 18. Uma exposição de máquinas tipográficas, do final do século XIX, trazidas pelo xilógrafo, gravador e poeta cordelista João Pedro de Carvalho Neto, ou João Pedro do Juazeiro, como é conhecido, mostra como eram impressos jornais, livros, cordéis e outras realizações literárias naquela época.
Organizador afirma que escritores como José de Alencar e Machado de Assis imprimiam seus romances nessas máquinas FOTO: WALESKA SANTIAGO
A mostra, que está pela primeira vez na Bienal, faz parte do espaço dedicado ao cordel. Em meio aos estandes de livros de cordel, CDs e DVDs, xilogravuras e outros objetos, as peças chamam atenção do público que admira os versos, os enredos, os causos contados oralmente, as cantigas realizadas pelos mestres do universo cordelista e aproveita, ainda, para conhecer um pouco da História da Imprensa no Brasil e no Nordeste.
O maquinário integra a Tipografia Padre Cícero, que João Pedro mantém no Centro da Cidade. Na mostra, além de máquinas impressoras, são expostos ao público os armários que guardavam as caixas de tipos (peças de metal com letras em alto relevo), rolo de tintas, papéis, estiletes. Enfim, todos os utensílios e equipamentos de uma pequena tipografia artesanal.
Tecnologia
Para os curiosos, a maioria jovens que só conhecem a era digital e os avanços da tecnologia, como internet, ipads e smartphones, que procuravam conhecer os maquinários, João Pedro, pacientemente, mostrava como funcionavam e o modo como os jornais e livros eram feitos.
"O tipógrafo escolhia letra por letra para compor uma frase, colocava no componedor, e encaixava na rama da impressora, enquanto o papel ficava embaixo. Uma alavanca juntava a rama e o papel, onde eram impressas as palavras", explicava ele, enquanto alguns manuseavam a máquina.
No acervo, pode ser encontrada uma tipografia manual de 1880, que não usava energia e era também chamada de "suvaqueira", em alusão ao movimento do braço ao manusear a alavanca. "Esse tipo de máquina, que podia ser levada em carroça, foi muito usada pelos revolucionários daquela época (abolicionistas, republicanos), que imprimiam seus panfletos em casebres distantes para não serem descobertos", explicou João Pedro. "Escritores famosos, como José de Alencar, Machado de Assis, imprimiam seus romances nessas máquinas, depois de escreverem suas histórias à mão". Há uma tipografia de pedal, da marca alemã Minerva, de 1889, e outra a motor, fabricada em Pernambuco, com acabamento em solda.
Poeta
De acordo com informações do poeta e cordelista João Pedro de Carvalho Neto, apesar de grande parte do material, ainda hoje, ser utilizado durante a produção de peças gráficas estudantis, o que ocorre de maneira artesanal e de custo bem mais baixo, não podem competir com os modernos equipamentos digitais disponíveis atualmente.
SÓ INFORMANDO: A BIENAL DO LIVRO OCORRE NO CENTRO DE EVENTOS, NA AV. WASHINGTON SOARES, FORTALEZA. COMEÇOU NO DIA 08 DE NOVEMBRO E VAI ATÉ O DIA 18 DO MESMO MÊS. A ENTRADA É GRATUITA.
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