Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
24.11.2012
Sete lojas foram autuadas pelo órgão de São Paulo. Idealizadora do evento também registrou denúncias
São Paulo/Fortaleza. Depois de criarem grandes expectativas com a chegada da Black Friday, evento acontecido ontem com anúncios de descontos de até 75% em mais de 300 lojas virtuais, consumidores usaram as redes sociais para reclamar do que encontraram nos sites de compras. "Black Friday Brasil: tudo pela metade do dobro", diziam algumas pessoas.
Vendas superaram as expectativas da BuscaDescontos já nas primeiras 12 horas do evento. Entre as categorias mais procuradas estavam celulares, informática, eletrônicos, eletrodomésticos e games Foto: Waleska Santiago
Somente o Procon de São Paulo notificou ontem sete empresas que participavam do evento: Extra (loja física e virtual), Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Wal-Mart, Saraiva e Fast Shop. O motivo foi por indícios de maquiagens nos descontos, com base em denúncias vindas dos consumidores por meio dos canais de atendimento e redes sociais do órgão.
De acordo com o portal BuscaDescontos, empresa organizadora do evento, cerca de 500 ofertas do site do Black Friday foram bloqueadas após denúncias de maquiagem nos preços. Os consumidores relataram as ofertas irregulares por meio do próprio site da organizadora, que disponibilizou um canal exclusivo para o serviço. "É lamentável que algumas lojas ainda insistam em fazer maquiagem de preço. Contamos com a ajuda dos consumidores nesse momento, para que denunciem as ofertas falsas", afirmou Pedro Eugênio, CEO da empresa idealizadora.
Para o estudante universitário Rafaello Lamboglia, a procura por um aparelho de DVD automotivo foi fracassada. "Não encontrei nenhum produto com preço mais em conta ou mais atrativo do que os valores praticados normalmente nas lojas. Encontrei até aparelhos com preços superiores aos que eu havia pesquisado antes. A impressão que deu foi que, na verdade, os valores dos produtos foram elevados para depois ter dado o desconto", desabafa.
De acordo com o Procon, o organizador do evento também será notificado para que apresente explicações sobre problemas que o consumidor enfrentou para conseguir acessar alguns links de ofertas e sites de lojas. O órgão deu prazo para as respostas até a próxima sexta-feira (30).
O fundador do BuscaDescontos disse, porém, que a maior parte das empresas participantes praticou descontos reais. "O varejista que fez o evento direito vendeu bem", afirmou Eugenio, referindo-se a companhias que divulgaram nesta sexta-feira balanços preliminares mostrando que as vendas pelo menos dobraram em relação ao Black Friday do ano passado.
Alerta
O Procon afirmou que o consumidor deve sempre desconfiar de eventos que prometam descontos altos demais. No caso do Black Friday, o conselho é especialmente válido, já que o comércio nacional não tem nenhuma tradição de promover queimas de estoque justamente no momento em que se prepara para as vendas de Natal. No Black Friday do ano passado, o Procon autuou cinco empresas por práticas consideradas lesivas.
Vendas
De acordo com a BuscaDescontos, já nas 12 primeiras horas de liquidação, as vendas superaram a edição do ano passado. As categorias mais procuradas foram celulares, seguido de informática, eletrônicos, eletrodomésticos e games.
PROTAGONISTA
Expectativa torna-se frustração
Para a advogada Maíra Sales, ter se programado para aproveitar as ofertas da Black Friday deu lugar ao sentimento de decepção. Ela afirma que estava disposta a fazer muitas compras, mas as ofertas não foram atrativas. "Não vi muitas opções de bons livros e nem de maquiagens em promoção. Como tinham poucas opções, não achei o que eu queria. Os DVDs estavam praticamente com o mesmo preço. Eu estava realmente disposta a comprar, mas fiquei decepcionada", conta. A advogada afirma ainda que teve problemas para finalizar o cadastro no site idealizador do evento e levou cerca de 40 minutos para conseguir e finalmente ter acesso às ofertas.
Maíra Sales
Advogada
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