PESQUISA 13/05/2012
Estudo epidemiológico mostra que 4.500 pessoas morrem por ano em decorrência do AVC nos hospitais
A doença mata mais que o câncer, o infarto ou acidentes de trânsito. A afirmação vem do estudo epidemiológico do Programa de Atenção Integrado ao AVC no Estado do Ceará, com dados colhidos desde 2006 em 19 hospitais de Fortaleza. São aproximadamente 18 mil casos de AVC por ano. Deste número, morrem cerca de 4.500 pessoas.
Como cerca da metade dos casos é de pacientes do Interior, o estudo representa a situação de todo o Ceará. “Nós vivemos uma triste realidade porque, nos países desenvolvidos, o AVC é a terceira ou quarta causa de morte”, afirmou João José Carvalho, presidente do Comitê de Atenção às Doenças Cerebrovasculares e coordenador da Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Segundo ele, os dados levantados pelo estudo servem para conduzir as próximas ações da saúde pública do Ceará.
Os cuidados devem partir também da população. Dos pacientes atendidos em Fortaleza desde 2006, 40% tiveram AVC pela segunda vez. “São pessoas que tiveram a doença e ainda assim não se cuidaram”, comentou João José. Embora a sigla remeta a um acidente, trata-se de uma doença que pode ser prevenida com o controle dos fatores de risco. A hipertensão arterial é o principal fator, presente em 88% dos casos estudados. A diabetes vem em segundo lugar, com 48%. Colesterol alto, sedentarismo, má alimentação e aumento da gordura abdominal também podem causar o AVC.
Os números do estudo mostram equilíbrio dos registros para homens e mulheres. A diferença está na idade. Os homens tendem a ter AVC mais cedo, com pico de incidência entre os 70 e os 75 anos. Já para as mulheres, o número de casos é maior entre 80 e 85 anos. A Unidade do AVC do HGF, inaugurada em 2009, já atendeu mais de duas mil pessoas. Segundo João José, as ações da unidade reduziram 30% das mortes causadas pela doença.
Thaís Britocotidiano@opovo.com.br
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