Há poucas semanas, as cidades do Brasil estão sendo bombardeadas com inúmeros candidatos há vagas de vereador e de prefeito. Aqui em Fortaleza, são dez os pleiteantes à maior autoridade municipal e algumas centenas de pessoas que desejam ocupar uma cadeira na câmara.
Todo candidato têm uma grande preocupação para que tenham êxito: fazer com que os eleitores lembrem dele no dia da votação. Bem, quase isso.
Nesta linda e ensolarada cidade na qual resido, os "votáveis" se utilizam de alguns recursos básicos: entrega de santinhos, pintura em muros, propaganda em carros de som e o velho corpo a corpo,claro. Mas essas abordagens possuem realmente que intenção?
Ouvindo (à contragosto) um carro de som que fazia o anúncio de (in)determinado candidato a vereador, percebi que a tática se repete com todos os outros: não importa decorar o rosto, o nome ou a proposta política para o município - que eles não fazem nem ideia do que seja, nem se interessam em saber - mas tão somente que o eleitor não esqueça do seu número no dia da eleição. E só.
E o bendito número vem sempre encaixado numa letra (mal) adaptada de uma música que faz sucesso por esses dias. Não raro escutamos "aí, se eu te pego" transformada em ode para muitos candidatos, tocada insistentemente para que não saia da cabeça de quem a ouvir, com ênfase no número do candidato. Estariam querendo nos hipnotizar? Nos imbecilizar? Ou simplesmente nos acham tão idiotas ao ponto de pensarem que o melhor para nossa cidade é quem tem o número mais fácil de lembrar na música que foi melhor bolada?
Senhoras e senhores pretendentes a vereadores e prefeito da minha querida Fortaleza, lhes digo isso do fundo do meu coração: se querem o meu voto, comecem a merecê-lo dizendo a que vieram e o que farão. Se quisesse música, procurava uma boa orquestra. Se quisesse números, iria a uma boa aula de matemática. E tenho dito.
NIVARDO FERREIRA
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