11/09/2015 - 15h21
O HPV é responsável por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Ministério da Saúde está realizando mobilização para incentivar meninas a tomar a segunda dose da vacina contra a doença.
No Ceará, 238,8 mil meninas de 9 a 11 anos devem receber a segunda dose da vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), em campanha nacional realizada pelo Ministério da Saúde (MS). Neste ano, 140,8 mil adolescentes de 9 a 11 anos tomaram a primeira dose da vacina contra HPV no Estado, até o mês de agosto. O quantitativo representa 59% do público-alvo. É preciso procurar postos de saúde da rede pública para receber a vacina.
No ano passado, quando a vacina foi disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS), 110,1% do público estimado foi vacinado com a primeira dose, alcançando 267,4 mil meninas de 11 a 13 anos. Entretanto, só 168,8 mil destas meninas procuraram uma unidade de saúde para tomar a segunda dose, o que representa 69% do público. A vacina previne contra o câncer de colo de útero, o terceiro tipo que mais mata mulheres no Brasil.
O MS está promovendo mobilização nacional para a vacinação da segunda dose da vacina contra o HPV para meninas de 9 a 11 anos. As adolescentes desta faixa etária tomaram a primeira dose da vacina há seis meses, portanto devem retornar a um posto para receber a segunda dose.
A vacina protege contra quatro subtipos de HPV, sendo dois responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero, que é a terceira causa de morte de mulheres no Brasil.
Durante entrevista coletiva para anunciar o início da vacinação da segunda dose, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressaltou a importância da vacina na prevenção contra o câncer do colo do útero. "Apesar do grande sucesso obtido na cobertura vacinal em 2014, neste ano os números ficaram abaixo do esperado. Por isso, o Ministério da Saúde convoca os pais, responsáveis, gestores locais, professores e toda a sociedade para divulgar a informação de que a vacina é segura e eficaz", afirmou Chioro.
Segundo ele, além de todas as medidas tradicionais de prevenção do câncer de colo do útero - que não devem ser deixadas de lado – com a vacina, "o Brasil tem a possibilidade de escrever uma nova história na geração futura das mulheres livres do câncer do colo do útero".
O ministro destacou a experiência internacional, citando países que implantaram a vacina há, pelo menos quatro anos, com resultados impactantes. "Em países com cobertura vacinal acima de 50% - entre eles Reino Unido e Nova Zelândia - houve 68% de redução nos casos de HPV dos subtipos 16 e 18, que são responsáveis pelo câncer do colo do útero. Já na Austrália, que implantou a vacina em 2007, os casos de verrugas genitais reduziram de 18,4% para 1,1% nas mulheres de até 21 anos. Esses são exemplos de que a vacina é segura e pode mudar a saúde das próximas gerações de mulheres", observou Chioro.
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, que também participou da entrevista coletiva, reforçou a importância da imunização. "Vacinar as meninas de nove anos não vai apresentar resultado imediato, mas será muito importante daqui a 20 ou 30 anos", ressaltou.
Isabela explicou que eventos adversos são comuns em qualquer vacina e não devem ser um impeditivo para a proteção das meninas. "Ela é totalmente segura e está licenciada no mundo desde 2006", afirmou.
Campanhas recentes
No Brasil, até agosto, 2,5 milhões de meninas da faixa etária foram vacinadas contra a doença. Isso representa 50,9% do público-alvo, formado por 4,9 milhões de adolescentes. No ano passado, quando a vacina foi disponibilizada no SUS, 101,8% do público estimado foi vacinado com a primeira dose, alcançando 5 milhões de meninas de 11 a 13 anos.
Entretanto, só 3 milhões procuraram uma unidade de saúde para tomar a segunda dose, o que representa 60%, sendo que a meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público–alvo.
A vacina contra HPV está disponível nas 36 mil salas de vacinação espalhadas pelo país. O Ministério da Saúde recomenda aos estados e municípios que façam parcerias com as escolas públicas e privadas para realizar a vacinação no ambiente escolar. Experiências de vacinação nas escolas realizada em outros países, como Austrália e Escócia, mostram a importância dessa estratégia para garantir altas coberturas vacinais.
Esquema Vacinal
A vacina contra HPV é indicada em três doses para adolescentes de 9 a 13 anos. Após a primeira dose, a menina deve receber a segunda seis meses depois, e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose. Além do documento de identificação, o Ministério da Saúde recomenda que seja apresentado o cartão de vacinação.
Todas as meninas de 11 a 13 anos que só tomaram a primeira dose no ano passado também devem procurar um posto de saúde para tomar a segunda. Isso também vale para as meninas que tomaram a primeira dose aos 13 anos e já completaram 14 e para aquelas que já tenham passado de um ano da primeira dose. Afinal, a proteção só é garantida com a aplicação das duas doses.
Neste ano, o MS incluiu no grupo alvo da vacinação as mulheres de 9 a 26 anos que vivem com HIV. Mais suscetível a complicações decorrentes do HPV, esse público tem probabilidade cinco vezes maior de desenvolver câncer no colo do útero do que a população em geral. Com a medida, 33,5 mil mulheres serão beneficiadas pela vacinação. Para este grupo, o esquema vacinal também conta com três doses, mas com intervalos diferentes.
A segunda e a terceira doses serão aplicadas dois e seis meses após a primeira. Nesse caso, elas precisarão apresentar a prescrição médica.
Redação O POVO Online com informações da Agência Saúde
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