POR 16 SET 2015 - 14H 20
Um novo estudo liderado por cientistas brasileiros confirma a presença de pulmões em exemplares vivos de celacantos, peixes de águas profundas que eram considerados extintos até 1938, quando foram colhidos os primeiros espécimes vivos nos mares da África do Sul. Embora não seja funcional - isto é, não tenha utilidade para respiração -, o pulmão do peixe, ao ser estudado, fornece pistas sobre como seus ancestrais devem ter sido há 410 milhões de anos.
A pesquisa, publicada na terça-feira, 15, na revista Nature Communications, foi liderada por Paulo Brito, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e teve participação de cientistas do Museu de História Natural de Paris, na França. "Os celacantos fósseis já eram conhecidos desde o início do século 19 e, até o descobrimento de espécimes vivos em 1938, pensava-se que eles haviam desaparecido na época da extinção dos dinossauros", disse Brito à reportagem.
Segundo ele, os celacantos viviam em todo tipo de ambiente: águas rasas, profundas, salgadas e doces. Mas, provavelmente, a espécie atual é remanescente de um grupo que colonizou águas mais profundas - de 120 a 400 metros -, o que levou seus pulmões a perderem a função. Enquanto os fósseis são achados em todo o planeta - incluindo águas brasileiras -, os celacantos vivos só foram encontrados no sul da África, Ilhas Comores e Indonésia.
Nos fósseis, placas ósseas demarcavam uma cavidade que poderia alojar um grande pulmão. Aplicando técnicas de tomografia para estudar embriões do peixe atual - que têm a mesma cavidade em versão diminuta -, Brito e sua equipe criaram reconstruções 3D de vários estágios do desenvolvimento do pulmão do peixe. "Embora seja muito estudado, ninguém havia investigado a fundo seus pulmões. Examinando a evolução do embrião, confirmamos que as estruturas encontradas nos fósseis de fato abrigavam pulmões." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Fábio de Castro - São Paulo
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