Maraponga de cara nova com verticalização

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/
05.02.2012

Algumas pessoas conseguem se antecipar às tendências. O administrador de empresas e também engenheiro civil André Montenegro é uma delas. Ao perceber o comportamento dos moradores da Capital cearense, ele resolveu inovar, em sua área de atuação, buscando alguns locais da Cidade, construindo, assim, o primeiro edifício na Maraponga.

E não faz tanto tempo assim. Foi em 2007. Só que, após o ponta-pé inicial dado por ele, de lá para cá, o bairro passou a crescer para o alto. Com nove alvarás em 2011, a Maraponga foi a primeira do ranking em número de autorizações expedidas pela Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) para construções multifamiliares, como estão classificados os prédios e similares. Foram nove alvarás do bairro, contra sete de Messejana, segundo colocado, e cinco do Mondubim. Todas as autorizações emitidas no ano passado pela Semam.
Motivação
Para o construtor, que também é vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), um conjunto de fatores tem motivado a verticalização dessas localidades. André diz que o valor dos terrenos aumentou bastante. “Isso inviabilizou a construção de casas. Fica melhor para o construtor erguer um edifício para diluir os custos em mais unidades”, justifica.

Na opinião dele, outro aspecto positivo foi a maior oferta de crédito imobiliário. Segundo o Banco Central, no acumulado do ano passado, houve uma expansão de 44,5% na oferta de dinheiro para o setor habitacional brasileiro. Esse crescimento elevou a carteira de crédito do segmento para o patamar recorde de R$ 200 bilhões. “Em 2005, a Caixa Econômica tinha financiado R$ 5 bilhões em todo o Brasil. No ano passado, o mesmo banco chegou a R$ 80 bilhões em crédito imobiliário. Olha quanto de aumento em apenas seis anos. Isso, com certeza, trouxe uma nova dinâmica ao mercado”, esclarece André.

Para, a Maraponga é especial. Ele diz que, naquele local, o comportamento dos moradores que foram melhorando foi um pouco diferente. “Em Fortaleza, as pessoas, ao melhorarem sua condição financeira, geralmente deixavam sua casa por uma moradia na Aldeota, Fátima, entre outros. Porém, na Maraponga foi diferente. Eles permaneceram por lá”, afirma, ressaltando as vantagens do lugar.

“Há uma boa estrutura viária, com grandes avenidas de acesso, escolas, bancos. É um bairro familiar. Cresceu a partir de sítios dali”. Para André, ainda há terrenos à venda, contudo com a valorização natural dessa área, fica mais fácil para quem constrói e para quem vai comprar um imóvel preferir erguer edifícios a residências amplas, como os primeiros casarões instalados na área, por exemplo. (ISJ)